“Convocámos esta manhã o Encarregado de Negócios da Venezuela para protestar veementemente contra a falta de informações sobre a detenção do cidadão italiano Alberto Trentini e para nos opormos à expulsão de três dos nossos diplomatas de Caracas”, escreveu Antonio Tajani, que tem também a pasta de ministro dos Negócios Estrangeiros.
“A Itália continuará a pedir à Venezuela que respeite as leis internacionais e a vontade democrática da sua população”, acrescentou o vice-primeiro ministo.
Antonio Tajani disse que não considera que a detenção de Trentini, em meados de novembro, seja uma vingança pela reação da Itália à reeleição do Presidente Nicolas Maduro, após alegações de fraude eleitoral.
Na terça-feira, a família de Trentini instou o governo a desenvolver “todos os esforços diplomáticos possíveis e necessários” para a sua libertação.
A família comunicou que não tem notícias de Trentini desde a sua detenção num bloqueio de estrada quando viajava de Caracas para Guasdalito, a 15 de novembro.
O jovem, natural de Veneza e que alegadamente sofre de um problema de saúde, tinha viajado para a Venezuela em 17 de outubro no âmbito de uma missão da ONG internacional Humanidade e Inclusão.
A família adiantou que informações informais sugerem que Trentini foi transferido para Caracas alguns dias após a sua detenção e está atualmente detido lá, alegadamente sem ter sido acusado.
“Estamos muito cansados”, disse a mãe de Trentini, Armanda, à agência ANSA por telefone, acrescentando que não tem notícias do filho “há dois meses, desde que o levaram”.
Armanda Trentini defende que “é preciso quebrar o silêncio sobre este caso” e que o filho agora “é um refém daquele país, mas é apenas um peão”.
“Com pleno respeito pela soberania territorial do governo bolivariano e sem querer interferir na diplomacia das relações entre a Itália e a Venezuela, apelamos às instituições dos dois países para que prestem atenção à situação dramática de Alberto Trentini e peçam a sua libertação para que possa regressar a casa, ao amor da sua família e amigos”, afirmou a família através da advogada Alessandra Ballerini.
“Alberto é um trabalhador humanitário e a sua missão humanitária na Venezuela deve ser uma ponte de diálogo para conseguir o seu regresso imediato a Itália”, acrescentou a família.
O Governo da Venzuela anunciou na terça-feira que vai reduzir o número de diplomatas franceses, neerlandeses e italianos autorizados a permanecer em Caracas devido à sua “conduta hostil”, poucos dias após a tomada de posse do Presidente Nicolás Maduro
O Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano acrescentou que os diplomatas precisarão de “autorização por escrito para se deslocarem a mais de 40 quilómetros da Plaza Bolivar”, no centro de Caracas.
Num comunicado, a UE lamenta profundamente e rejeita a decisão das autoridades venezuelanas de reduzir substancialmente o pessoal diplomático acreditado de vários Estados-Membros em Caracas, apelando “à imediata reversão desta ação unilateral e inaceitável, que apenas serve para aprofundar o isolamento internacional da Venezuela e prejudica as relações bilaterais com a UE e os seus Estados-membros”.
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