O antigo líder do Partido Social Democrata (PSD) Luís Marques Mendes arrancou com o seu espaço de comentário em 2025 a falar sobre as eleições presidenciais, nomeadamente, em relação ao anúncio do líder do Chega, André Ventura, que vai avançar na corrida a Belém.
“Acho que era completamente previsível e expectável, sobretudo, nos últimos tempos”, considerou na antena da SIC Notícias.
Para além de esperado, Marques Mendes considerou que este passo era também “clarificador” porque se “chegou a dizer que o Chega poderia apoiar outro candidato e não ter candidato próprio. A clarificação é sempre bem-vinda”.
Mas, por outro lado, o comentador considera que ainda há uma dúvida em cima da mesa, mas que será esclarecida mais tarde: “A candidatura de André Ventura vai mesmo até ao fim?”.
“O que eu diria é que esta dúvida existe”, reforçou, recordando que “um dos nomes que André Ventura dizia que podia apoiar” era Gouveia e Melo. “É uma candidatura que vai até ao fim ou desiste a favor de outro [candidato]? Veremos”, deixou no ar.
Note-se que o nome do próprio comentador é um dos que tem sido falado como uma possível candidatura, mas, ainda que tenha sido questionado sobre o assunto, Marques Mendes não revelou nada – continuando a deixar no ar se vai entrar na corrida.
Marcelo deixou crítica ao Governo? “Não parece. E não faria sentido nenhuma”
Com o tema da conversa ‘em Belém’, Marques Mendes falou ainda sobre a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado sobre se a leitura que faz é a de que tenham sido feitas algumas críticas ao Governo, o social democrata referiu que não interpretou a declaração dessa forma. “Vi algumas pessoas dizerem – e respeito -, por causa de uma expressão, de ‘é preciso bom senso’ – que isso era uma crítica ao Governo. Vi essa expressão na perspetiva mais geral e menos particular. Ou seja, dirigida aos vários agentes políticos – e até a pensar no próximo Orçamento do Estado. Não me parece [uma crítica ao Executivo]. E também não faria sentido nenhum. Acho que o país precisa de ter uma boa cooperação institucional e não ruído nessa matéria. Não vi essa crítica”, justificou.
Ainda quanto à mensagem, Marques Mendes considerou que foi “pedagógica” e sublinhou a parte inicial do discurso do Presidente. “Coloca grande ênfase na política externa. Acho muito importante porque cada vez a política externa é política interna. Cada vez mais o que se passa nas grandes capitais – Washington, Pequim, Moscovo ou aqui, em Bruxelas – diz respeito e acaba por ter importância e influência nas nossas vidas”, detalhou.
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