O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, confirmou nesta segunda-feira (16) a prisão de um integrante da Gendarmeria Nacional Argentina – uma das forças de segurança do país. Segundo ele, o agente teria entrado no país para “cumprir uma missão”.
“Como isso doeu neles”, disse Cabello sobre a denúncia argentina da prisão do suboficial e questionando o objetivo do agente na Venezuela. “Qual era sua tarefa aqui na Venezuela? Isso não dizem”, expressou em coletiva de imprensa.
Na última sexta, o governo de Javier Milei denunciou que o cabo Nahuel Agustín Gallo foi preso após entrar na Venezuela pela fronteira terrestre com a Colômbia, para visitar a namorada e o filho, que moram no país governado por Nicolás Maduro.
Segundo o ministério da Segurança da Argentina, o agente policial teria feito uma viagem de natureza “estritamente pessoal” e foi preso “sem nenhum motivo legítimo e em aberta violação dos seus direitos fundamentais”.
Em entrevista à Rádio Mitre no último fim de semana, a ministra da pasta, Patricia Bullrich, afirmou que Gallo estaria preso em uma base da inteligência governamental em Táchira, estado venezuelano na fronteira com a Colômbia.
Em comunicado, o governo Milei exigiu a soltura imediata do agente e afirmou que não tolerará atos desta natureza contra seus cidadãos. A chancelaria argentina também publicou uma nota alertando os argentinos a evitar ou postergar viagens para a Venezuela pela situação que afirma afetar a liberdade e a segurança das pessoas.
Como o governo está sem representação consular na Venezuela, após a expulsão do seu corpo diplomático por Maduro, a embaixada argentina em Brasília enviou um pedido para que o Itamaraty preste assistência ao suboficial preso.
O Brasil assumiu a representação dos interesses argentinos na Venezuela desde agosto, e tutela não somente a embaixada do país em Caracas como seus assuntos consulares.
Neste domingo, a CNN apurou que o Itamaraty enviou instrução para a embaixada brasileira em Caracas pedir à Chancelaria venezuelana informações sobre a situação do agente.
“Eles [argentinos] decidiram não ter relações com a gente, dificulta um pouco a coisa. De qualquer maneira, os direitos fundamentais são garantidos para todos os presos na Venezuela”, argumentou Cabello ao comentar a prisão.
Após a confirmação da detenção do agente pela Venezuela, a organização não-governamental Anistia Internacional manifestou “preocupação” e afirmou que a prisão “acende um alerta”.
“É urgente que sejam adotadas as medidas necessárias para conhecer o paradeiro e proteger a saúde e a segurança do funcionário argentino, e esclarecer os fatos através de uma justiça independente”, expressou a ONG.