Alysson Leandro Barbate Mascaro ficará afastado por 60 dias; universidade afirmou que decisão é necessária para o bom andamento das investigações
A USP (Universidade de São Paulo) afastou nesta 6ª feira (13.dez.2024) o professor da Faculdade de Direito Alysson Leandro Barbate Mascaro por 60 dias. Ele é acusado por alunos e ex-alunos de abuso e assédio sexual.
Em nota, a universidade afirmou que “há fortes indícios de materialidade dos fatos” e que os mesmos “envolvem possível enquadramento típico de assédio sexual”. Eis a íntegra do documento (PDF – 116 kB).
Segundo a USP, o afastamento é necessário para o bom andamento das investigações, uma vez que o professor tem influência e autoridade por causa de seu cargo.
Alysson Leandro Mascaro é professor associado da Faculdade de Direito da USP, no campus do Largo São Francisco, na capital paulista. Também é livre-docente em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela universidade.
ENTENDA
A decisão se deu depois de o Intercept Brasil publicar uma reportagem com relatos de abusos e assédios supostamente cometidos pelo professor.
Os casos teriam se dado de 2006 até o início de 2024. Há acusações de beijos forçados, condutas inapropriadas e estrupo. As vítimas seriam 10 homens que, atualmente, têm de 24 a 38 anos.
A reportagem diz que as maioria das vítimas ouvidas afirmam ter conhecido Alysson no Grupo de Pesquisa Crítica do Direito e Subjetividade Jurídica, vinculado ao Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da USP.
Os homens relatam que o professor os abordava com promessas profissionais e usava de sua influência para atrair os estudantes. Alysson Leandro Mascaro é referência no pensamento marxista no Brasil e tem um canal no YouTube com 54.100 seguidores.
Segundo as vítimas, as ações do professor eram de conhecimento de pessoas da Faculdade de Direito da USP. Uma delas, de acordo a reportagem, relatou que integrantes da coordenação do grupo de pesquisa apagavam comentários no perfil de Alysson sobre os abusos.
O Intercept Brasil afirma que conversou com as vítimas, presencialmente e por vídeo. Os homens teriam mandado e-mails, prints e documentos com evidências dos episódios de assédio. Amigos das vítimas também foram ouvidos e teriam contribuído com provas.