Ex-candidato que reivindica vitória nas eleições de julho está exilado na Espanha desde setembro e afirma que voltará para tomar posse em janeiro
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, declarou que Edmundo González Urrutia, candidato de oposição que enfrentou Nicolás Maduro nas eleições realizadas no final de julho, será preso imediatamente caso retorne ao país. Em entrevista à agência de notícias France-Presse, Saab acrescentou que a resposta do governo aos protestos após as eleições teria sido fundamental para evitar uma guerra civil.
González está exilado na Espanha desde setembro. O opositor, que reivindica a vitória nas eleições venezuelanas, disse que voltaria ao país para a posse presidencial em 10 de janeiro.
“Voltarei à Venezuela o mais rápido possível, quando restaurarmos a democracia em nosso país. Vou tomar posse como presidente eleito no dia 10 de janeiro”, disse González em discurso num evento empresarial na Espanha em 4 de outubro.
Segundo Saab, se Edmundo González voltar a Venezuela, “será automaticamente preso”.
A crise política venezuelana se acentuou após as eleições de julho, marcadas por acusações de fraude e falta de transparência. O resultado, que reelegeu Maduro não foi aceito por observadores internacionais e diversos países, incluindo o Brasil. González Urrutia e a líder opositora María Corina Machado acusam o governo de manipulação eleitoral.
Em resposta, a Procuradoria-Geral iniciou investigações contra ambos por supostos crimes relacionados à contestação dos resultados eleitorais. Segundo o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão sob Maduro, González perdeu as eleições presidenciais para o presidente em julho.
A oposição, no entanto, diz que o pleito foi fraudado. As atas eleitorais não foram divulgadas. À época, González e María Corina Machado, líderes da oposição venezuelana, afirmaram ter vencido as eleições do país com 67% dos votos.