Uma inflação alta pode prejudicar o governo, diz especialista ao WW


O economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, alertou durante sua participação no programa WW desta quarta-feira (18) sobre os riscos que uma inflação elevada pode representar para a aprovação do governo. Almeida enfatizou a importância de um ajuste fiscal para evitar cenários econômicos desfavoráveis.

Segundo o especialista, a falta de consenso entre o Congresso e o governo sobre medidas fiscais gera incertezas no cenário econômico.

“Quanto mais cedo a gente fizer esse ajuste, menor será o custo lá na frente”, afirmou Almeida, destacando que adiar decisões pode levar a uma situação ainda mais complexa no futuro.

Inflação e popularidade do governo

Almeida ressaltou que uma inflação alta é prejudicial para qualquer governante, pois impacta diretamente na aprovação popular. “Uma das piores coisas para qualquer governante é ter uma inflação alta, porque a inflação alta tira popularidade”, explicou o economista.

O especialista também alertou sobre os riscos de expansão fiscal com operações subsidiadas, que podem levar a um cenário de inflação elevada e, consequentemente, prejudicar a aprovação do governo.

“Se a gente for por um caminho de mais expansão fiscal com essas operações subsidiadas, é um cenário que a gente pode ter uma inflação muito alta”, advertiu.

Desafios para o consenso governamental

Almeida apontou a falta de entendimento entre os ministros e a resistência do presidente Lula como obstáculos para a implementação de medidas econômicas necessárias.

A divergência entre o discurso do ministro Fernando Haddad e outros membros do governo, além dos ataques ao Banco Central, foram citados como fatores que contribuem para um ambiente de incerteza.

“Eles têm que se entender, porque, na verdade, se não se entender, se não chegar em um consenso, não adianta a gente ficar culpando o Banco Central”, afirmou o economista, ressaltando que a maior incerteza atual é fiscal, e que o Banco Central sozinho não resolverá todos os problemas econômicos do país.

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