Não foram só os internautas que reagiram mal às mudanças anunciadas esta semana pelo cofundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, no que diz respeito à moderação de conteúdo do Facebook, Instagram e Threads. Parece que os trabalhadores da tecnológica também já se mostraram indignados e revoltados com as novidades.
O site 404 Media diz ter tido acesso a comentários internos da plataforma Workplace da Meta, onde os funcionários da empresa têm tornado claro o seu desagrado com estas mudanças.
Recordar que, esta semana, Zuckerberg anunciou não só que a empresa abandonará o programa de verificação de factos, como também apostará numa solução semelhante às Notas da Comunidade da rede social X, de Elon Musk.
“Esta mudança é inaceitável a todos níveis”, diz um dos comentários. “Quando comecei a trabalhar nesta empresa, as pessoas criticavam-me sempre por trabalhar aqui. Defendi-vos de todas as vezes, dizendo que fazemos sempre o nosso melhor mesmo que nem sempre o consigamos. Mas isto? Assustador”, desabafa outro trabalhador. “Penso que é claro que a equipa de política não está aberta a qualquer ‘feedback’ em relação a este assunto e está comprometida com um projeto ideológico que sacrifica algumas das nossas comunidades de forma a alcançar o seu objetivo”, nota outro funcionário.
Diz a publicação que a resposta a estes comentários tem chegado por via de um membro da equipa de política da Meta, notando que “os valores nucleares não mudaram” na empresa. “Reafirmar os nossos valores de liberdade de expressão significa que poderemos ver conteúdo nas nossas plataformas que as pessoas considerem ofensivo. As mudanças de ontem não só abrem a conversa sobre estes assuntos, como também permitem argumentar de volta no que importa para estes utilizadores”, afirma este funcionário.
Apesar desta tentativa de serenar os ânimos dos trabalhadores, um funcionário (que se mantém anónimo) contou à 404 Media que a situação não está boa na tecnológica.
“Internamente, a Meta está um caos total”, afirmou este trabalhador. “Todos os comentários partilhados estão contra a nova política, a não ser um líder a repetir os tópicos do Zuckerberg. Diria que o sentimento é de choque e descrença. É embaraço e vergonha que parecem autoinfligidos, é diferente dos erros que a empresa cometeu no passado”.
“A moral dos trabalhadores ‘queer’ está uma m*rda total e ninguém está surpreendido por isso”, conta outro trabalhador da Meta à publicação.
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