Presidente eleito disse que os EUA são responsáveis por 70% do tráfego no local e que construção teve um custo enorme ao governo norte-americano
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), ameaçou retomar o controle do canal do Panamá e criticou o país por supostamente cobrar taxas excessivas pela passagem de navios.
“As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, especialmente sabendo da generosidade extraordinária que foi concedida pelos Estados Unidos. Esse ‘roubo’ completo do nosso país cessará imediatamente”, escreveu Trump em publicação em seu perfil no Truth Social no sábado (21.dez.2024).
Trump disse que os Estados Unidos são o “usuário número 1” do canal, compreendendo mais de 70% do tráfego de navios. Afirmou, ainda, que o local teve um custo “enorme” em “vidas e tesouros” para o governo norte-americano.
Em outra publicação, Trump também criticou o ex-presidente democrata Jimmy Carter (1977-1981) por ter cedido o controle do canal “de graça” ao Panamá. Disse, ainda, que não deixará que a administração do local “caia em mãos erradas”, em referência à influência da China. Recentemente, a Nicarágua cancelou a concessão de um projeto para construir um canal rival ao do Panamá com financiamento chinês.
O Canal do Panamá começou a ser construído pela França em 1880. No entanto, a alta complexidade do projeto e a mortalidade dos trabalhadores levou o governo francês a parar a obra.
Em 1904, os Estados Unidos assumiram o projeto, implementando medidas de controle de doenças e adotando um sistema de eclusas (espécie de elevador para navios) para driblar os problemas causados pelo terreno irregular.
Após uma década de trabalho, o canal foi inaugurado em 1914, permanecendo sob administração norte-americana até o final do século.
A soberania dos EUA sobre o canal, porém, criou um descontentamento entre os panamenhos, resultando em protestos e tensões diplomáticas. Em resposta, os presidentes Jimmy Carter e Omar Torrijos assinaram, em 1977, o tratados Torrijos-Carter, estabelecendo a transferência gradual do controle do canal para o Panamá.
Em 31 de dezembro de 1999, o Panamá assumiu plenamente a administração do canal, considerado uma das maiores obras da engenharia moderna.