Funcionários terceirizados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) protestaram em frente à sede do órgão, em Brasília, nesta segunda-feira (13), em razão de atraso no pagamento de salários. Cerca de 300 trabalhadores contratados pela empresa R7 Facilities ainda não receberam pagamento, segundo denúncia recebida pelo Brasil de Fato DF.
Não é a primeira vez que a empresa atrasa o pagamento, de acordo com os funcionários. Uma trabalhadora, que preferiu não se identificar, disse que o atraso gera “humilhação” para os terceirizados. “Estamos com aluguel, água e luz atrasados. Tem terceirizados com filhos doentes, precisando comprar remédio, leite, fralda. Precisamos de dignidade humana, no mínimo. Cadê o respeito?”, desabafou.
Segundo o relato recebido pela reportagem, o pagamento dos salários dos cargos de auxiliar administrativo, recepcionista 1 e recepcionista 2 deveria ter sido feito até o quinto dia útil, mas não foi realizado. Além disso, dois trabalhadores relataram que não receberam pelas férias remuneradas.
“Até o momento, não há registro de medidas efetivas para resolver essa situação, o que tem gerado grande preocupação e impacto na vida dos trabalhadores. Solicitamos que essa questão seja tratada com a devida urgência, garantindo o cumprimento das obrigações contratuais e o respeito aos direitos dos trabalhadores”, afirma trecho da denúncia.
A R7 Facilities, com sede no Guará (DF), que tem vencido licitações públicas desde 2016, é investigada por uso de “laranjas”. Nesse período, a empresa já recebeu quase R$ 373 milhões do governo federal e R$ 11 milhões do Governo do Distrito Federal (GDF). Apesar das somas milionárias, o sócio-administrador da empresa, Gidenilson Braz Torres, recebeu auxílio emergencial em 2020 e 2021.
A R7 é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU).
O Brasil de Fato DF entrou em contato com a empresa, por e-mail e por telefone, para esclarecer o motivo do atraso do pagamento, mas não obteve resposta. Até o fechamento da reportagem, o Ministério também não respondeu. O espaço segue aberto para manifestações.
Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Rafaela Ferreira