Após um grupo de terreiros ter publicado uma carta citando “descaso total” da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, outras 400 entidades do segmento enviaram na última quinta-feira (17) ao presidente Lula uma manifestação em sentido contrário, na qual afirmam ver perseguição a ela.
A carta pró-Anielle diz que o ministério tem desempenhado “papel crucial” no diálogo com essas comunidades. Também lembra que, recentemente, a ministra e outras mulheres apresentaram denúncias de importunação e assédio sexual contra o ex-ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos), o que, dizem os terreiros, gerou “uma tentativa de desqualificação das denunciantes.”
O documento diz ainda que Anielle “tem desempenhado um papel crucial em um país profundamente marcado pelo racismo”.
“Queremos políticas públicas que assegurem a liberdade do nosso culto, o respeito às nossas tradições, mas não instrumentalizamos a nossa comunidade como mercadoria para ocupação de cargos, muito menos para promover perseguições a mulheres negras.”
Os terreiros manifestam ainda apoio e solidariedade a Anielle. “Como ministra e defensora dos direitos da população negra, das mulheres e das comunidades invisibilizadas, ela tem enfrentado desafios e adversidades com resiliência e determinação”, dizem.
A primeira carta, divulgada em 11 de outubro, listava entre as críticas à ministra o fato de ter demitido o titular da Sinapir (Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial), Yuri Silva, que era ligado a Almeida.
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