Tedros Adhanom Ghebreyesus contou à cadeia britânica BBC que sente zumbidos desde o ataque, ocorrido quando tentava embarcar num avião em Saná.
“O barulho era tão alto… tão ensurdecedor. Ainda tenho zumbidos nos ouvidos. Já se passaram mais de 24 horas. Não sei se afetou os meus ouvidos”, referiu.
“A sala de embarque ao lado da nossa foi atingida e depois a torre de controlo”, acrescentou.
Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que a situação era caótica, com “pessoas perdidas” que corriam em todas as direções sem se conseguirem proteger.
Segundo o responsável, “só por uma questão de sorte” não foi atingido.
“Se o míssil se tivesse desviado só um pouco poderia ter caído sobre nós (…) os meus colegas disseram que tínhamos escapado à morte por pouco”, relatou.
O diretor-geral da OMS publicou um vídeo do ataque na rede social X (antigo Twitter) e agradeceu aos colegas e funcionários do aeroporto que tentaram protegê-lo durante o ataque, que classificou de “muito perigoso”.
Israel anunciou na quinta-feira ter atingido “alvos militares” dos rebeldes Hutis, incluindo o aeroporto de Saná, tendo os militares adiantado que tinham respondido a “repetidos ataques” dos insurgentes, que há meses atacam o país “em solidariedade” com os palestinianos.
Os Hutis, que controlam grande parte do Iémen, são apoiados pelo Irão, inimigo de Israel.
Tedros admitiu que Israel poderia saber que estava no aeroporto.
“Os nossos voos, etc, são conhecidos internacionalmente. Acho que as pessoas que querem saber sabem. Seria bom perguntar a Israel”, afirmou.
No entanto, considerou que tal não tem importância, dado que o aeroporto é uma “instalação civil” pelo que “deve ser protegido, com base no direito internacional”.
O responsável da OMS esteve no Iémen em nome do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, numa missão para conseguir a libertação de pessoal da ONU e avaliar a situação sanitária e humanitária.
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