Tebet prevê rombo de R$ 120 bilhões nas contas públicas em 2023 e projeta corte de gastos


Valor estimado pela ministra é superior ao divulgado anteriormente pelo Planejamento, que não levava em conta o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320 a partir de maio

WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDOSimone Tebet
Ministra indicou que governo trabalha para viabilizar diminuição da taxa de juros 

O governo federal deve encerrar o ano com um déficit de cerca de R$ 120 bilhões, segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Em declaração realizada nesta quinta-feira, 23, ela ponderou que o rombo fiscal deve ficar acima do valor divulgado anteriormente pelas pastas do Planejamento e da Fazenda, quando a previsão era de um déficit primário de R$ 107,6 bilhões. Segundo Tebet, a projeção anterior não levava em conta o reajuste do salário mínimo de R$ 1.302 para R$ 1.320, medida que deve ser implementada a partir de maio. Contudo, o valor ainda é inferior ao estimado no orçamento de 2023, quando foi projetado um déficit de R$ 230 bilhões. “É uma projeção, mas ela está caminhando no sentido que nós queremos de que o déficit fiscal no Brasil não se encerrará com R$ 230 bilhões, mas algo em torno, agora, com essa projeção, de R$ 107 bilhões. Podemos ter uma pequena alteração quando vier o reajuste do salário mínimo em torno de mais alguns gastos, em R$ 120 bilhões”, disse a ministra. Tebet ainda declarou que o governo pretende cortar despesas para viabilizar a diminuição da taxa de juros e que a redução do déficit fiscal irá criar um ambiente propício para baixar a Selic. “Está dentro do prazo para que os ministérios revejam todos os restos a pagar, todos programas e ações que estavam sendo realizados, e contratos do ano passado, para ver não só a legalidade deles, como também agora a necessidade ou não desses mesmos gastos”, indicou.

Anteriormente, a ministra declarou que o novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos, irá agradar a todos, incluindo o mercado financeiro. Após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ela se mostrou animada com a proposta, acreditando que não haverá resistência ao modelo. “O arcabouço que vai sair é um modelo que vai agradar a todos, porque atende os dois lados. O lado da preocupação em zerar o déficit fiscal do Brasil […] e atendendo à determinação do presidente da República, de não descuidar dos investimentos necessários para o Brasil voltar a crescer”, disse Tebet. Segundo a ministra, os números serão divulgados com muita calma e anunciados por Haddad depois de apresentar a proposta para Lula. Haddad disse que a proposta está basicamente fechada e o momento é de compartilhar informações com os demais ministros da área econômica.

 





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