Mulheres com a faixa etária de 15 a 49 anos foram responsáveis por quase 80% das novas infecções em 2022
Nos últimos dez anos, o Brasil tem enfrentado um aumento significativo na taxa de detecção de AIDS e HIV, especialmente entre a população jovem. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Infectologia, em 2022, homens na faixa etária de 20 a 29 anos representaram mais de 40% dos novos casos de infecção. Entre as mulheres, a situação também é alarmante, com a faixa etária de 15 a 49 anos sendo responsável por quase 80% das novas infecções. Alexandre Naime Barbosa, coordenador científico da entidade, sugere que a pandemia de Covid-19 pode ter contribuído para a diminuição das medidas de prevenção, particularmente entre as pessoas mais velhas.
Em resposta a esse cenário preocupante, a Sociedade Brasileira de Infectologia lançou a campanha “Lembrar para Jamais Esquecer”. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da prevenção e da testagem regular. Apesar do aumento nos casos, há avanços significativos no tratamento da doença. A introdução de medicamentos injetáveis eficazes, que necessitam de aplicação apenas algumas vezes ao ano, promete revolucionar o combate ao HIV no Brasil e no mundo.
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Outro dado alarmante é a alta incidência de novos casos entre a população negra e parda, que representou 65% das infecções em 2022. Isso evidencia a necessidade urgente de políticas públicas que atendam aos grupos mais vulneráveis. O influenciador Lucas Raniel, que vive com HIV há 11 anos, destaca a importância de direcionar a comunicação e as campanhas de prevenção para cada grupo específico, com foco especial em jovens negros e periféricos. Desde 1981 até 2022, a AIDS já causou a morte de mais de 40 milhões de pessoas globalmente, tornando-se a quarta doença mais letal da história.
*Com informações do repórter Anthony Wells
Publicado por Luisa Cardoso