O corredor que leva à sala de protocolo de CPIs na Assembleia de São Paulo virou palco de confusão entre deputados aliados e de oposição na manhã desta sexta-feira (24) após mais de 72 horas de fila.
O deputado Eduardo Suplicy (PT) chegou ao protocolo e afirmou ter preferência na fila segundo o estatuto do idoso. A partir daí se instalou uma briga entre os deputados, com empurra-empurra e gritos de ordem entre servidores de ambos os lados.
Nas últimas horas antes da abertura do protocolo das CPIs, a fila de servidores na Assembleia foi substituída por uma fila de deputados aliados do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do presidente da Casa, André do Prado (PL).
Enquanto os deputados da direita argumentavam que o ato da Mesa a respeito do protocolo afirma que não há preferência por idade, os da esquerda diziam que o estatuto do idoso é lei federal e deve prevalecer.
O grupo da direita, que ocupou os primeiros lugares na fila, era formado por Gil Diniz (PL), Thiago Auricchio (PL), delegado Olim (PP), Danilo Balas (PL), entre outros.
“Não vai ter golpe” e “sou brasileiro com muito orgulho” cantavam os servidores da direita.
A fila teve início na terça-feira (21), mais de 72 horas antes da abertura do protocolo. A bancada da esquerda afirma que os deputados aliados de Tarcísio e André tiveram informação privilegiada e iniciaram a fila sem aviso.
A estratégia inviabilizou o protocolo de CPIs da oposição. Na quinta (23), o PT acionou a Justiça para anular a fila.
Durante a semana, houve muita reclamação de servidores que faziam revezamento no local. Quem saísse para ir ao banheiro, comer ou fumar poderia perder o lugar.
Em meio a confusão, a polícia retirou servidores do corredor lotado e restaram apenas os deputados, que se aglomeravam eles mesmos na porta do protocolo.
Por volta das 9h15, o deputado Thiago Auricchio, primeiro da fila, entrou na sala de protocolo em meio a confusão. A ordem da fila foi sendo seguida, com Gil entrando em seguida.
Do lado de fora, deputados do PT e do PSOL protestavam.
A fila, que já virou tradição na Alesp, acontece porque as comissões são instaladas na ordem em que são protocoladas –e só cinco podem funcionar a cada vez.
O resultado é uma corrida entre base e oposição para que seus assuntos prevaleçam –deputados aliados de Tarcísio querem propor qualquer tema que não o desgaste, enquanto a esquerda busca justamente o contrário.