Um soldado israelense que visitava o Brasil a turismo, tornou-se alvo de uma investigação da Justiça Federal por alegados “crimes de guerra” na Faixa de Gaza, onde Israel segue combatendo o grupo terrorista Hamas. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou o caso como perseguição e acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de se omitir diante da injustiça.
“Esse ataque a Israel, país irmão, bem demonstra que Lula da Silva, que nada fez para sanar essa injustiça, sempre esteve ao lado de ditadores e terroristas do mundo todo”, escreveu Bolsonaro na rede social X neste domingo.
A investigação foi determinada pela juíza Raquel Soares Charelli em 30 de dezembro de 2024, com despachos enviados à Polícia Federal (PF) no início deste mês. Diante dessa situação, o militar em férias teve que deixar de forma imediata o país neste sábado (4), em um voo com destino a Buenos Aires, capital da Argentina.
Conforme apuração da emissora CNN, o militar israelense deixou o Brasil logo após ter conhecimento da decisão judicial. Ele contou com o apoio da embaixada de Israel em Brasília para conseguir ir para a Argentina.
“Prestamos apoio durante todo o evento, garantindo sua saída rápida e segura”, informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel, destacando preocupações com a segurança do soldado se continuasse em solo brasileiro.
O pedido de investigação contra o soldado foi formalizado pelos advogados Maira Machado Frota Pinheiro e Caio Patrício de Almeida, da Fundação Hind Rajab (HRF), que apoia os palestinos. Eles alegam que o militar israelense participou de “demolições na Faixa de Gaza” que atingiram civis em novembro de 2024. Por reiteradas vezes, o governo de Israel mencionou que os terroristas do Hamas utilizam civis em Gaza como “escudo humano” e que emite avisos para que civis deixem locais que serão alvos de suas forças.
A reportagem apurou que a mesma organização governamental vem travando guerras judiciais em diversos países contra militares israelenses que saem de Israel.