Servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária penduraram no órgão nesta sexta-feira (20) uma faixa celebrando o encerramento do mandato do diretor-presidente Antonio Barra Torres, que termina neste sábado (21), e na qual dizem que foi o “fim da intervenção militar” na Anvisa.
Barra Torres, médico e contra-almirante da Marinha, foi indicado por Jair Bolsonaro (PL) à agência em janeiro de 2020 e ocupava o cargo de diretor-presidente desde novembro do mesmo ano. Inicialmente, o diretor-presidente da agência se alinhou ao ex-presidente sobre a pandemia de Covid-19, mas, depois, se distanciou e chegou a criticar falas negacionistas de Bolsonaro.
Sob reserva, os servidores criticam o fato de Barra Torres ter nomeado assessores sem experiência em regulação e vigilância sanitária. Eles também afirmam que o diretor-presidente fez muitas viagens internacionais ao longo de seu mandato. Reportagem do Poder 360 mostrou que, até julho, ele havia feito 45 viagens durante o mandato, a um custo de R$ 1 milhão.
Os servidores também apontaram manobra durante sua presidência ao permitir que o diretor Daniel Meirelles acumulasse duas das cinco diretorias do órgão. Ele ficou responsável pela terceira diretoria, responsável por áreas como produtos para saúde, dispositivos médicos, toxicologia e tabaco, e pela quinta diretoria, que atua no controle sanitário de portos, aeroportos e fronteiras e na parte de produtos controlados, como cannabis.
O acúmulo teria desrespeitado lista tríplice publicada em novembro de 2023 pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), para que fosse preenchida interinamente enquanto um novo diretor apontado pelo presidente Lula (PT) não fosse aprovado pelo Senado.
Procurada na sexta-feira (20) sobre a manifestação dos servidores, a Anvisa não respondeu.
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