Selic ou IPCA+? Confira as melhores opções do Tesouro Direto para 2025


O Tesouro Direto ganhou popularidade em 2024, em meio à retomada do ciclo de alta dos juros pelo Banco Central (BC) e sinalizações de manutenção de juros em dois dígitos nos próximos anos.

Os títulos são emitidos pelo Tesouro Nacional para financiar a dívida pública do governo, e os rendimentos dependem do vencimento e da taxa de indexação.

Dessa forma, os papéis do Tesouro servem para investidores iniciantes e experientes que querem aproveitar as perspectivas de alta na Selic e na inflação.

Para iniciantes, o Tesouro Selic, com rentabilidade atrelada à taxa básica de juros, pode ser o melhor título para se adquirir, aponta Tiago Feitosa, analista e especialista em mercado financeiro da T2 Educação.

Os contratos têm liquidez diária, ou seja, podem ser resgatados de forma imediata. Por isso, também são recomendados para a formação de uma reserva de emergência.

“Um ponto importante a se destacar é a tendência de alta nos próximos meses da Taxa Selic. O título ligado à taxa de juros traz uma segurança adicional por permitir ao investidor resgatar antecipadamente e sem perdas de rendimento”, afirma.

O título indexado à Selic tem rendimento diário, contando com o dia de resgate.

Na última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumentou os juros em um ponto percentual, levando a Selic ao patamar de 12,25%.

O colegiado ainda indicou novas altas na mesma magnitude nos próximos dois encontros, em janeiro e março de 2025. Caso se confirme, ao fim do terceiro trimestre do próximo ano, os juros estarão na casa de 14,25%.

Como o título está vinculado à taxa, com juros maiores, o retorno é maior.

“Outros títulos de dívida pública ligado a outros marcadores, se resgatado antecipadamente, podem não entregar o que o investidor calcula. Nesse sentido, o Tesouro Selic tende a entregar mais”, pontua.

IPCA+

Há também opções vinculadas ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira.

Os contratos do Tesouro IPCA+ são recomendados para investidores que não tenham muita pressa para sacar o retorno: atualmente, a opção de menor prazo é com vencimento em 2029, enquanto a mais longa encerra em 2055.

Os papéis são considerados híbridos por terem uma parte prefixada e outra que entrega a inflação acumulada no período.

Vale lembrar que a parte prefixada é proporcionalmente inverso ao preço do papel: quanto maior a taxa, menor a lucratividade. Porém, por ser também indexado ao IPCA, o papel está protegido contra a variação da inflação.

E lembre-se que você só terá as perdas ou os ganhos indicados se vender os papéis antecipadamente. Se os títulos forem carregados até o vencimento, o retorno vai respeitar as taxas e as condições contratadas no momento da aquisição.

No acumulado de 12 meses até novembro, o IPCA teve alta de 4,87%. Para este o próximo ano o mercado vê o BC rompendo o teto máximo da meta, de 4,5% ao ano.

Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de Gestão Financeira da FGV, explica que os papéis ligados à inflação tendem, no médio prazo, a serem mais lucrativos.

“Com os planos de mais duas revisões da Selic, o Banco Central sinaliza para interessados em títulos do Tesouro IPCA que a previsão é de alta pelo órgão responsável em controlá-la”, afirma.

No entanto, Teixeira ressalta que, diferente da previsibilidade da Selic, o cenário econômico pode mudar previsões de rendimento ao investir nesse tipo de ativo.

“Não é possível saber como a inflação estará durante 2025. A alta da Selic é uma política monetária para controle inflacionário, então, a intenção é colocá-la sob controle”, pontua.

Como investir no Tesouro Direto?

Para investir no Tesouro Direto basta ser pessoa física cadastrada na plataforma do programa. Pessoas jurídicas não podem investir nos títulos ofertados pelo governo.

Também é necessário ter uma conta em um banco ou corretora de investimento para aplicar nos títulos e receber o dinheiro resgatado dos investimentos no Tesouro Direto.

Mensalmente o Tesouro divulga o ranking das 10 Instituições que mais negociam títulos no mês anterior.

Não é necessário ser maior de 18 anos para realizar a compra de títulos do Tesouro. No entanto, em caso de menores é preciso que a conta seja vinculada a um responsável legal, que cuidará de todo o processo, da abertura da conta até as decisões sobre investimento.

Também não há a cobrança da taxa de custódia, taxa anual de 0,2% sobre o valor investido, para investimento até R$ 10 mil.

Porém, as corretoras podem cobrar taxa de corretagem por serviços prestados.

Qual o rendimento de um título do Tesouro Direto?

Os títulos do Tesouro têm rendimentos diferentes dependendo do vencimento, isto é, a data em que você se comprometeu a deixar seu dinheiro “emprestado” por esse título de renda fixa, e a qual taxa ele está indexado.

Os títulos podem ser prefixados, quando o investidor sabe do início o valor que irá receber, e pós-fixados, que depende de algum indicador para calcular o valor a ser pago.

São quatro títulos do emitidos pelo Tesouro:

  • O Tesouro Prefixado, que têm taxa de juros fixa, ou seja, o investidor sabe exatamente o retorno que terá na data de vencimento do título
  • O Tesouro Selic, que possui rentabilidade atrelada à taxa básica de juros e pode variar conforme as mudanças na taxa Selic
  • O Tesouro IPCA, atrelada à inflação e medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com rendimento igual à variação da inflação mais uma taxa prefixada de juros
  • O Tesouro Renda+, que foi pensado para quem quer complementar a aposentadoria e que é diferente dos outros por ter resgate em 240 parcelas, em um período de 20 anos.

É preciso esperar o vencimento do título do Tesouro?

É possível resgatar o título do Tesouro antes do vencimento, o que significa que a rentabilidade dele não será a mesma caso o investidor espere o final do prazo.

Nesses casos, as condições de mercado do momento do resgate serão utilizadas como indicadores para o retorno financeiro do título.

Por isso, antes de resgatar um título, é importante ter um bom panorama do cenário econômico. O resgate antecipado implica que o investidor vai receber pelas condições do dia do resgate, não pelas condições do dia em que ele comprou ou referente ao dia do vencimento.

Quais os riscos em investir no Tesouro Direto?

O maior medo de todo investidor é que seu investimento o acabe fazendo perder o dinheiro aplicado. No caso de títulos federais, os riscos de crédito ou de liquidez são muito baixos.

No geral, o Brasil tem um risco soberano, quando um país não honrar um empréstimo ou outros compromissos associados na data devida, é baixo.

A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou a nota de crédito de longo prazo do Brasil de “BB-” para “BB”, com trajetória estável para investimentos em dezembro do ano passado.

Isso torna os títulos de renda fixa do Tesouro interessantes para investidores, pois o risco de crédito — quando o emissor do título não te paga — é pequeno.



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