Ao anunciar que deixaria de abastecer suas lojas com a carne do Mercosul, o CEO do Carrefour da França, Alexandre Bompard disse esperar que sua atitude inspirasse outras empresas europeias.
Porém, a avaliação de Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), é de que a Europa depende mais do Brasil, do que o país do Velho Continente.
“A Europa é rica, mas tem muita gente pobre que precisa dessa proteína. O Brasil complementa essa necessidade, e gera equilíbrio de mercado e segurança alimentar. Queremos continuar a fazer essa parceria com processadores e consumidores europeus. Mas se pararem de comprar, aconteceria pouca coisa para nós”, afirmou ao WW desta sexta-feira (22).
Santin avalia que o maior peso nessa relação é do laço histórico de cooperação, uma vez que as vendas para a Europa não seriam essenciais ao país.
O que ele aponta é que, enquanto o Brasil trabalha para expandir suas fronteiras, a França se fecha em um “protecionismo retrógrado”.
“A leitura é de uma atitude infeliz, desprovida de base de verdade. As nossas carnes alimentam a Europa há anos em uma complementaridade positiva”, conclui Santin.