Candidatos a prefeito participaram dos últimos debates antes do segundo turno na noite de sexta-feira (25).
A pouco mais de um dia do início da votação de domingo (27), o tom dos encontros, promovidos pela TV Globo e suas afiliadas, foi de troca de acusações, além de ter a busca pelo apoio de quem optou por outras candidaturas em 6 de outubro ou se absteve de ir às urnas no início do mês.
Confira, a seguir, como foram os encontros em São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande e Goiânia.
São Paulo
Os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) mantiveram a estratégia de debates anteriores, de troca de acusações, mas também aproveitaram a exposição na TV Globo para falar diretamente com o eleitorado paulistano a dois dias do segundo turno.
Podendo circular livremente pelo cenário, os candidatos ficaram próximos várias vezes ao longo do debate, e se provocaram sobre isso. Nunes questionava se Boulos queria “invadir” seu espaço e pedido de “licença para caminhar”, como aconteceu no quarto bloco do confronto. “Fique à vontade”, respondeu o candidato do PSOL, que questionou se o oponente estava nervoso pela proximidade.
Primeiro a falar, Nunes gastou quase um minuto de sua fala inicial para falar sobre propostas para um novo mandato, caso seja reeleito no domingo (27). Já Boulos disse que queria “começar conversando com você”, dialogando diretamente com o eleitorado. Ele também andou pelo estúdio e mostrou, em um mapa no chão do cenário, onde vive, na periferia da zona sul.
Candidato à reeleição, focou o início do debate em fazer questionamentos a Boulos sobre segurança — aumento de pena para criminosos e descriminalização das drogas –, tema que já havia utilizado no início do debate anterior, na TV Record, no último sábado (19). O candidato do PSOL também usou uma tática parecida, de repetir temas, citando novamente o apagão e criticando a concessão dos cemitérios da capital paulista. No terceiro bloco, ele também retomou o tema da máfia das creches.
Nunes e Boulos, mais uma vez, voltaram a trocar provocações e trouxeram temas de fora do escopo da disputa municipal, como o questionamento de Boulos a Nunes sobre se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — aliado do atual prefeito — fez tudo certo na pandemia, e a pergunta do candidato do MDB sobre o PSOL, partido do oponente, ter ido ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a saidinha de presos.
Segundo análises da CNN, houve a aposta por uma conduta mais ofensiva por parte de Boulos e defensiva do lado de Nunes, que lidera as pesquisas. Ambos acabaram abusando da ironia ao longo do debate, que teve disputa pelo título de político verdadeiro e bom gestor.
Belo Horizonte
Em pouco mais de uma hora e meia de debate, os candidatos Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) trocaram farpas relacionadas às trajetórias políticas de cada um.
De um lado, houve críticas à atual gestão de Belo Horizonte, comandada por Fuad. Do outro, à falta de experiência de Engler.
Segundo análise da CNN, Fuad apontou falta de propostas de Engler, que retoma tom acusatório no debate da capital mineira.
Fortaleza
A maior parte do tempo do debate entre André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) foi usada para ataques pessoais. As críticas às alianças políticas e trocas de apelidos estiveram na fala dos dois candidatos em Fortaleza.
Ao discutir propostas, a violência contra as mulheres, saúde, segurança e educação tiveram destaque.
Porto Alegre
Os candidatos Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) encontraram-se em um debate marcado pelas trocas de acusação. O programa de proteção a enchentes na capital, levando em conta as chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em maio, teve destaque no encontro. Outros assuntos, como saúde, educação e infraestrutura, também foram discutidos.
Análise da CNN aponta que o debate em Porto Alegre replicou a dicotomia Lula x Bolsonaro.
Curitiba
Na capital paranaense, o terceiro e último debate entre Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) foi marcado pela tensão. Os candidatos trocaram uma série de acusações e ataques pessoais.
Os projetos para Curitiba também apareceram nas conversas. Foram discutidos temas como mobilidade urbana, radares de velocidade, planos para atendimento a animais de estimação, vagas em creches e saúde pública.
Segundo análise da CNN, os candidatos em Curitiba reclamam de serem alvo de ataques, mas seguiram com ofensas entre si.
Campo Grande
Única capital com disputa entre duas mulheres, Campo Grande teve discussão sobre educação, primeiro emprego, mobilidade urbana, saúde e extremos climáticos entre as candidatas Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União).
O encontro também foi marcado pelos embates entre as candidatas. Ambas se acusaram de falta de transparência pública e de contar mentiras.
Goiânia
A troca de acusações sobre corrupção e fraudes ganhou espaço no último debate entre Sandro Mabel (União) e Fred Rodrigues (PL).
Os candidatos em Goiânia também travaram uma briga religiosa. Mabel disse repetidas vezes que “o diabo é o pai da mentira”, ao acusar Fred, que se defendeu, dizendo que crescer em um lar evangélico. “Vi que ele está mais religioso hoje”, disse Fred.
Apuração
O segundo turno acontece no domingo (27). Você poderá acompanhar a apuração pelo site da CNN, inclusive em uma página específica para cada cidade.
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