Os serviços de inteligência da Rússia sabem quem ordenou o assassinato do principal general russo, Igor Kirillov, afirmou o governo nesta quarta-feira (18).
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que a Ucrânia está usando métodos terroristas.
O comunicado foi feito após a prisão de um cidadão do Uzbequistão, suspeito de implantar a bomba que matou o general e seu assistente na terça-feira (17, em Moscou.
Uma fonte com conhecimento da operação contou mais tarde à CNN que o serviço de segurança da Ucrânia, o SBU, estava por trás do ataque.
O suspeito teria sido recrutado pelos serviços especiais ucranianos e chegou a Moscou sob suas instruções.
O general, que chefiava as forças de proteção radiológica, biológica e química russas, foi morto por uma bomba detonada remotamente plantada em uma scooter elétrica do lado de fora de um prédio de apartamentos a cerca de sete quilômetros a sudeste do Kremlin.
A explosão ocorreu um dia após promotores ucranianos terem sentenciado Kirillov à revelia pelo uso de armas químicas proibidas pela Rússia durante sua invasão.
Autoridades da Rússia responderam furiosamente à morte do general, prometendo punição “sem dúvida e sem misericórdia”.
Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada.
A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.