Taxa está em 13,75% ao ano desde setembro de 2022; o ministro disse que não tem razão que explique a motivação do BC
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta 4ª feira (22.mar.2023) que a manutenção da taxa básica, a Selic, em 13,75% ao ano afeta diretamente a parcela mais pobre da população. Ele classificou como “insensível” a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. Revelou também que não era este o resultado que o governo esperava.
“O que o povo brasileiro, os empresários, a indústria e todos desejam é a redução da taxa de juros. Não dá para compreender essa decisão do Banco Central, já que este percentual foi adotado quando a inflação chegou no patamar de 10%. Hoje, a inflação já caiu a metade, que é 5%”, disse Rui Costa.
O ministro da Casa Civil ressalta que a manutenção da taxa de juros alta compromete a qualidade de vida da população brasileira. “Com essa taxa de juros, empresários não conseguem investir e o país não gera empregos. A população perde muito e quanto mais pobre, maior o prejuízo. Esta insensibilidade do Banco Central só aumenta o desemprego e o sofrimento do povo brasileiro. Não dá para compreender”.
O ministro ainda reforçou que o Brasil lidera o ranking de países com maior taxa de juros. “Não tem razão econômica que explique essa decisão”, concluiu.
“O Congresso, que é a casa do povo brasileiro, precisa discutir isso seriamente. Um Banco Central independente não pode ser independente do povo e aliado com os que cobram juros nas alturas. É insustentável essa insistência e esse desserviço que o presidente do Banco Central está fazendo com o povo brasileiro”, declarou Rui Costa.
Selic em 13,75% ao ano
O Banco Central decidiu manter nesta 4ª feira (22.mar.2023) a taxa básica, a Selic, no mesmo nível pela 4ª reunião consecutiva. O juro base está em 13,75% ao ano desde setembro de 2022.
O Brasil está em processo de aperto monetário como outros países. Há um cenário de inflação elevada no mundo. Apesar de as taxas globais terem desacelerado nos últimos meses, as autoridades monetárias dos países desenvolvidos ainda têm uma política mais contracionista para frear o avanço dos preços.
A decisão de manter a Selic em 13,75% foi unânime entre os 8 diretores e o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. Ele tem sido pressionado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reduzir a Selic. O BC justifica que o patamar é adequado para levar a inflação para as metas.