Centenas de romenos se reuniram no centro de Bucareste na quinta-feira (28) para protestar contra o candidato presidencial de extrema-direita Calin Georgescu, que obteve uma vitória surpresa no primeiro turno das eleições presidenciais.
Um pequeno grupo de apoiadores de Georgescu também se reuniu nas ruas em apoio ao seu candidato, poucas horas depois que o tribunal superior da Romênia ordenou a recontagem dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais.
O Tribunal Constitucional “ordenou, por unanimidade, a reverificação e recontagem dos boletins de votação para as eleições presidenciais de 24 de novembro”, disse em um comunicado.
A decisão agrava a turbulência em torno do processo eleitoral na Romênia, que está programada para realizar três turnos de votação em três semanas consecutivas, votos cruciais para a direção de um país que tem sido pró-Ocidente e um aliado fiel da Ucrânia.
Após registrar apenas números de um dígito nas pesquisas antes da votação do primeiro turno, o político independente de extrema-direita Calin Georgescu, de 62 anos, surpreendeu com uma vitória que levantou questionamentos sobre como tal surpresa foi possível em um estado membro da União Europeia e da Otan.
Georgescu já havia elogiado políticos fascistas romenos da década de 1930 como heróis nacionais e mártires, foi crítico da Otan e da posição da Romênia sobre a Ucrânia, e afirmou que o país deveria se envolver, e não desafiar, a Rússia.
Ele deverá enfrentar a candidata centrista Elena Lasconi no segundo turno em 8 de dezembro. Enquanto isso, uma eleição parlamentar está agendada para domingo (1º).
O Conselho Supremo de Defesa da Romênia, o principal órgão de segurança do país, que inclui o presidente e o primeiro-ministro, além das instituições de defesa relevantes, afirmou na quinta-feira que possuía evidências de ataques cibernéticos com o intuito de influenciar o processo eleitoral.
O órgão disse que a Romênia era um alvo chave para “ações hostis de atores estatais e não estatais, especialmente da Federação Russa”.