O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou nesta terça-feira (21) “responder” se Londres fornecer à Ucrânia munições com urânio empobrecido, após declarações nesse sentido de uma autoridade britânica.
“Hoje soubemos que o Reino Unido [anunciou] não apenas a entrega de tanques à Ucrânia, mas também de mísseis com urânio empobrecido […]. Se isso ocorreu, a Rússia se verá obrigada a responder”, declarou Putin.
“Parece que o Ocidente realmente decidiu combater a Rússia até o último ucraniano, não com palavras, mas com atos”, continuou.
A vice-ministra britânica de Defesa, Annabel Goldi, disse na segunda-feira (20) à noite, em resposta à pergunta de uma parlamentar britânica, que o Reino Unido planeja fornecer à Ucrânia mísseis “com urânio empobrecido”.
“Essas munições são muito eficazes para destruir tanques e veículos blindados modernos”, destacou ela em resposta por escrito, explicando que os mísseis deverão ser usados com os tanques Challenger que Londres entregará a Kiev.
O ministro russo da Defesa, Sergey Shoigú, assegurou, por sua vez, que a “Rússia sabe como responder”. “Veremos o que planejam usar”, advertiu ele, ao considerar que foi dado “um passo a mais” na escalada.
A organização nuclear britânica Campaign for Nuclear Disarmament (Campanha para o Desarmamento Nuclear, em tradução livre) condenou a entrega de munições com urânio empobrecido e alertou, em um comunicado, nesta terça, para um “desastre ambiental e sanitário adicional para quem vive no coração do conflito”.
O uso de projéteis de urânio empobrecido é criticado pelos riscos que implicaria à saúde dos soldados que os usam e às populações impactadas pelas explosões.
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