A Polícia Federal prendeu o General Braga Netto no sábado (14) pela manhã. Desde então, o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro especula qual será a reação do militar ao cerco judicial. O general da reserva está isolado em um quarto na sede da primeira divisão do exército, no Rio de Janeiro.
A ordem de prisão preventiva partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Moraes concordou com a avaliação da Polícia Federal de que Braga Netto estaria obstruindo a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder.
Segundo os investigadores, o general da reserva teria tentado obter detalhes da colaboração premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, com o pai dele, general Lourena Cid.
Braga Netto é o primeiro general de quatro estrelas do Exército Brasileiro a ser preso em um processo que corre na justiça comum. Os investigadores afirmam que ele seria um dos beneficiários da suposta tentativa de golpe. E que teria liderado a formulação de um plano para matar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva; o vice Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes.
Agora, a Polícia Federal analisa o conteúdo apreendido na casa do general da reserva, na capital fluminense, e no escritório dele, na sede do Partido Liberal, em Brasília.
Os agentes também apreenderam aparelhos eletrônicos do assessor de Braga Netto, o coronel da reserva Flávio Peregrino.
Militares da ativa avaliam que o material apreendido servirá de munição para novas operações da Polícia Federal.
A relação entre Braga Netto e os militares de alta patente na ativa já estava esgarçada antes mesmo da operação do fim de semana. Documentos obtidos pela PF e divulgados pelo Supremo apontam que o general da reserva teria sido responsável por uma campanha de difamação contra os integrantes do Alto Comando que não embarcaram na suposta tentativa de golpe.