Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, cujo país é um dos mediadores nas negociações indiretas para uma trégua, recebeu uma delegação do Hamas liderada por Khalil al-Hayya, membro do gabinete político do movimento palestiniano, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros do emirado.
É pouco habitual o primeiro-ministro do Qatar, que é também ministro dos Negócios Estrangeiros, envolver-se publicamente no processo de mediação. As negociações estão atualmente num impasse.
“Durante a reunião, foram discutidos os últimos desenvolvimentos nas negociações do cessar-fogo, bem como as formas de garantir um acordo claro e abrangente para acabar com a guerra”, acrescentou o comunicado.
No início de dezembro, o primeiro-ministro do Qatar declarou ter constatado “um novo ímpeto” para estas negociações após a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.
Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani descreveu na mesma ocasião ter registado um forte encorajamento por parte da futura administração norte-americana para ser alcançado um acordo.
Há mais de um ano que o Qatar está envolvido, juntamente com os Estados Unidos e o Egito, em negociações para uma trégua e a libertação dos reféns ainda retidos em Gaza desde o ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra no enclave palestiniano.
No início de dezembro, realizaram-se novas negociações em Doha, mas o Hamas e Israel voltaram a acusar-se mutuamente de bloqueios ao processo.
Apesar dos intensos esforços diplomáticos, não se chegou a nenhum acordo desde a trégua de uma semana, no final de novembro de 2023, que permitiu a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.
O conflito em curso em Gaza foi desencadeado por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar contra o enclave palestiniano com mais de dois milhões de habitantes, que em 14 meses causou mais de 45 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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