Levantamento do BC mostra que 76,4% usam o sistema; superou o dinheiro em espécie, que ainda é usado por 68,9% dos brasileiros
O Pix –sistema de pagamentos instantâneos– passou o dinheiro em espécie e se tornou o meio de pagamento mais utilizado no Brasil. A conclusão foi feita em pesquisa do BC (Banco Central), publicada pela autoridade monetária nesta 4ª feira (4.dez.2024). Eis a íntegra do relatório (PDF – 4 MB).
O levantamento mostra que 76,4% das pessoas utilizam o Pix para fazer compras ou pagar contas. Subiu em relação ao estudo anterior, de 2021. Já o dinheiro em espécie caiu de 83,6% em 2021 para 68,9% em 2024. Ficou atrás também do cartão de débito, que subiu de 61,7% para 69,1% no período.
O Banco Central perguntou qual os meios de pagamentos que as pessoas costuma usar no dia a dia e permitiu resposta de múltipla escolha.
O Banco Central mostrou ainda que diminuiu de 26,4% em 2021 para 15,5% em 2024 o percentual de pessoas que recebem salários ou pagamento por dinheiro em espécie. Aumentou de 53,0% para 72,0% o recebimento em conta bancária.
O estudo disse ainda que subiu de 9,2% para 14,0% os entrevistados que não fazem uso do dinheiro em espécie. Quando se considera o uso “pouco frequente”, subiu de 46,5% para 54,3%.
Além de ser utilizado por 76,4% dos entrevistados, o Pix também é o meio de pagamento mais frequente para 46,1% dos respondentes. O 2º no ranking é o dinheiro (22%).
USO DO PIX
O Banco Central mostra que as pessoas de 60 anos ou mais são os únicos que não utilizam o Pix em maioria. Segundo a pesquisa, 43,9% responderam que recorrem ao sistema de pagamentos instantâneos. Outros 56,1% afirmam não usá-lo.
Por outro lado, o dinheiro em espécie é utilizado por 72,7% da população da faixa etária.
METODOLOGIA
O Banco Central entrevistou 1.000 pessoas e 1.000 estabelecimentos. O nível de confiança é de 95%, com margem de erro de 3,1%. A coleta foi feita com entrevistas em domicílios e estabelecimentos. O período foi de 28 de maio e 1º de julho de 2024.
A pesquisa é mais recente que a divulgada pelo Poder360 na 6ª feira (29.nov), que disse que o dinheiro em espécie ainda era o mais utilizado no Brasil. O período de referência do levantamento anterior foi de 7 de outubro a 7 de novembro de 2023.
O Banco Central quis avaliar os hábitos de uso dos brasileiros em relação ao dinheiro. O Pix foi uma ferramenta digital criada na gestão Roberto Campos Neto, que deixará a autoridade monetária em 31 de dezembro.
Apesar de ter acelerado a implementação do Pix, Campos Neto deu andamento de projetos que já estavam em curso no Banco Central. Ilan Goldfanj, ex-presidente do BC e atual presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), tinha planos de implementar um meio de pagamento que fosse instantâneo. Eis o vídeo e a entrevista do que Ilan disse ao Poder360 em 17 de janeiro de 2019. Campos Neto assumiu a autoridade monetária em março de 2019.
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