De acordo com o balanço daquela Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana que monitoriza os processos eleitorais, que aponta dados de dois dias – 15 e 16 de janeiro — das manifestações, três pessoas morreram na província de Maputo e três na cidade, sul do país, além de duas na Zambézia, no centro, e cinco em Nampula, norte.
Nos dois dias de manifestações, a plataforma eleitoral Decide contabilizou 17 pessoas baleadas, das quais três na cidade de Maputo e três na província, três em Inhambane (sul), bem como duas na Zambézia, uma em Sofala (centro) e cinco em Nampula.
Aquela plataforma contabiliza ainda oito detidos, cinco dos quais em Gaza (sul) e três na cidade de Maputo.
Desde 21 de outubro, quando começou a contestação ao processo em torno das eleições gerais de 09 de outubro, o registo da plataforma eleitoral Decide contabiliza 633 pessoas baleadas, além de 314 mortos e pelo menos 4.228 detidos.
Em 23 de dezembro, Chapo, de 48 anos, foi proclamado pelo Conselho Constitucional (CC) como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, nas eleições gerais de 09 de outubro, que incluíram legislativas e para assembleias provinciais, que a Frelimo também venceu.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados eleitorais, convocou três dias de paralisação e manifestações, desde segunda-feira, contestando a tomada de posse dos deputados eleitos à Assembleia da República e a investidura do novo Presidente da República.
A eleição de Daniel Chapo tem sido contestada nas ruas desde outubro, com manifestantes pró-Mondlane – que segundo o CC obteve apenas 24% dos votos, mas que reclama vitória – a exigirem a “reposição da verdade eleitoral”, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia.
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