O diretório do PDT no Mato Grosso encaminhou à Justiça Eleitoral uma ação contra o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), por suposto abuso de poder econômico e disseminação de notícias falsas na campanha para as eleições municipais de 2024.
O documento pede a impugnação do registro de candidatura de Brunini e da vice, Coronel Vânia Garcia (PL), e solicita a inelegibilidade de ambos por oito anos a partir das eleições de 2024.
O partido aponta fraude na contratação da empresa T2 Comunicação, Vídeo e Produções LTDA, que recebeu da campanha do então candidato o valor de R$ 2,18 milhões para os serviços de assessoria de comunicação e consultoria, de acordo com informações disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O valor corresponde a aproximadamente 20% das despesas da campanha, mas, segundo a ação apresentada à Justiça Eleitoral, não há comprovação suficiente dos serviços prestados nas notas fiscais apresentadas na prestação de contas.
A sigla ainda sugere que alguns dos serviços publicitários que deveriam ser executados pela empresa foram realizados por outros prestadores, o que indica a suspeita sobre desvio de recursos.
A sigla aponta ainda que a campanha do bolsonarista espalhou notícias falsas deliberadamente durante a corrida eleitoral, constituindo “um verdadeiro ecossistema de difusão de desinformação dolosa, mediante uso de redes sociais e fake news”, segundo o texto da ação. Durante a campanha de 2024, a chapa de Brunini respondeu por ao menos 81 representações por desinformação.
A juíza Suzana Guimarães Ribeiro determinou o prazo de cinco dias para o prefeito apresentar sua defesa e arrolar testemunhas no processo.
Em dezembro, a Justiça Eleitoral rejeitou as contas de campanha do prefeito por irregularidades e determinou a devolução de R$ 2,8 milhões. Brunini foi eleito para a prefeitura de Cuiabá com 53,80% dos votos válidos no segundo turno das eleições de 2024. O candidato Lúdio (PT) ficou com 46,20%.
Em dezembro de 2024, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Brunini, que naquele momento ocupava o posto de deputado federal, ao Supremo Tribunal Federal (STF) por injúria contra a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP). A denúncia envolve um episódio no qual Brunini foi acusado de homofobia durante uma sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, em julho de 2023.
Edição: Nicolau Soares