Uma palestra sobre transexualidade numa escola municipal de São Caetano do Sul (SP) no último dia 25 provocou reação de um grupo de pais e manifestações na Câmara Municipal.
O evento ocorreu na escola Professora Alcina Dantas Feijão, uma das mais tradicionais da cidade, e foi conduzida pelo SerTrans, serviço da prefeitura de atendimento à população transgênero.
Foram três palestras em sequência para estudantes do ensino médio, em que foram dadas informações básicas sobre o tema, como os conceitos de identidade de gênero e orientação sexual.
Um dos slides mostrou formas de transição de gênero, da social (com mudanças na aparência) até as que envolvem uso de hormônios e cirurgia.
Nesta terça (29), um grupo de pais participou de uma manifestação nas galerias da Câmara de Vereadores, reclamando do conteúdo e da forma como ele foi exibido, em horário de aulas. Segundo eles, não teria havido aviso prévio aos jovens e suas famílias, e não teria sido dada a possibilidade de os estudantes se ausentarem da palestra.
“Não negamos que existem questões importantes sobre a população trans para serem debatidos, desde que de forma respeitosa e com aprovação do pais”, disse André Luiz Carvalho, pai de um estudante e professor de educação física na escola.
Ele diz discordar de uma abordagem “ideológica” do tema. “Entre os termos que foram citados estão banheiro único para os gêneros e dizer que a criança não nasce menino ou menina, que isso é definido socialmente”, diz Carvalho, que foi candidato a vereador pelo Republicanos e não foi eleito.
Na manifestação na Câmara, que também teve defensores da palestra, o vereador Parra (Podemos) apresentou requerimento à prefeitura pedindo explicações sobre o motivo de o evento ter sido realizado.
“Vídeos que circularam nas redes sociais geraram todo tipo de manifestação por parte da comunidade escolar de nossa cidade, sendo que oficialmente pouco se sabe sobre o assunto”, diz o requerimento do parlamentar, que ainda precisa ser aprovado pela Casa.
Em nota, a gestão do prefeito José Auricchio Jr. (PSD) diz que as secretarias de Educação e Saúde do município mantêm parceria para palestras e ações nas escolas.
“No caso mencionado, a palestra, que não foi obrigatória, levou dados e informações, por meio da coordenadora do SerTrans, sobre saúde sexual e diversidade, inclusive ajudando a combater a desinformação proveniente das redes sociais. A palestra em nenhum momento estimulou posicionamentos aos estudantes”, diz.
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