Em alta desde novembro, a proporção do volume de reajustes salariais acima da inflação foi verificada em 80,4% das negociações firmadas em fevereiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Salariômetro.
Entre os demais acordos, 10,6% devolveram o reajuste do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) aos trabalhadores e 8,9% resultaram em uma perda real, mostra o índice da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Com a evolução, Salariômetro acumula dez meses consecutivos nos quais o reajuste mediano real não perde da inflação. Tal tendência deve ser mantida em março, já que a prévia para o mês sinaliza que 88,5% dos salários ao menos igual à inflação.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando menos de uma em cada quatro (23,9%) reposições foram acima do INPC, a pesquisa evidencia uma inversão da tendência dos reajustes negociados.
A análise mostra que o piso salarial mediado, fórmula que reduz as distorções entre as maiores e as menores variações, foi de R$ 1.391 em fevereiro, valor abaixo dos apresentados no acumulado dos últimos 12 meses, de R$ 1.505.
Entre as atividades investigadas, os maiores reajustes acima do INPC foram celebrados para os profissionais que atuam nas áreas de estacionamentos e garagens (+4,28%) e outros serviços (+4,25%).
Por outro lado, amargaram perdas reais no poder de compra os profissionais que atuam nas áreas de papel, papelão, celulose e embalagens (-0,07%) e gráficas e editoras (-0,21%). Outras seis categorias apenas contemplaram os trabalhadores com a reposição da inflação.