A ofensiva de parte do Congresso contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra tem relação direta com ataques violentos cometidos contra o grupo, avalia o deputado federal João Daniel (PT-SE), ex-coordenador do MST em Sergipe.
Na noite de sexta-feira (10), um ataque no assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP), deixou ao menos dois mortos e seis feridos, dos quais dois estão em estado grave.
No Congresso, as iniciativas anti-MST mais recentes foram promovidas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados, que comandaram uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a atuação do movimento —o colegiado acabou sem votar o relatório final.
Parte do pacote anti-MST já avançou da Câmara para o Senado, com medidas para aumentar a pena e até criminalizar movimentos como o MST, além de ampliar os mecanismos de defesa do proprietário rural.
Para João Daniel, as iniciativas dão força a ataques contra o grupo. “Essa atuação do Congresso tem relação direta com um tipo de discurso de apoio à criminalização do movimento que luta pela reforma agrária e de apoio total à violência cometida”, afirma.
“Isso é um incentivo aberto à violência, ao assassinato no campo. É um absurdo. O ataque ao acampamento Olga Benário precisa ser investigado e precisa ser criminalizado a partir do discurso de ódio e de apoio a esse tipo de ação.”
Ele afirmou que o presidente Lula (PT) entrou em contato com integrantes do movimento em São Paulo colocando a ministra Macaé Evaristo (Direitos Humanos) à disposição para dar apoio ao caso. “A gente espera exatamente isso, que o mínimo de justiça que seja feita através da apuração e da punição exemplar de quem cometeu esse crime.”
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