Especialistas afastam ideia de novo surto comparável ao da covid-19; doença causa sintomas leves e pode levar à pneumonia
Os casos do vírus respiratório HMPV (metapneumovírus) têm aumentado rapidamente na China, especialmente na atual temporada de inverno, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Agência da entidade contribui com o rastreamento de patógenos e monitoramento de mudanças em variantes.
A organização explica que o metapneumovírus humano é um vírus respiratório bastante comum e que geralmente causa sintomas relativamente leves, como tosse, febre, congestão nasal e respiração ofegante.
Contudo, os casos graves podem causar pneumonia, especialmente em crianças, idosos ou pessoas com comorbidades.
Ainda que seja um vírus separado, o metapneumovírus humano é similar, por exemplo, ao vírus sincicial respiratório, que é a causa mais comum de internações de crianças com bronquite e bronquiolite, segundo a Pfizer.
De acordo com o diretor da OMS (Organização Mundial de Saúde) na Europa, Hans Kluge, o escritório da OMS na China disse que a escala e a intensidade dos casos permanecem mais baixas do que há um ano. A organização acompanha a evolução dos casos.
Nas redes sociais, a infecção crescente está sendo anunciada como um “novo surto” viral na China e comparada à pandemia da covid-19. Escolas em Wuhan, na China, foram fechadas por causa do grande aumento de casos do vírus HMPV, segundo o portal de notícias indiano Munsif News.
China is experiencing a new virus outbreak of Human Metapneumovirus (HMPV), which is spreading quickly and causing symptoms similar to the flu and COVID-19. pic.twitter.com/XcBORSH2ma
— MDN NEWS (@MDNnewss) January 6, 2025
Hospitals in China Overwhelmed as Severe “Flu” Outbreak, Including Influenza A and HMPV, Resembling 2020 COVID Surge. pic.twitter.com/GWw9u6JxsX
— Boar News (@PhamDuyHien9) December 29, 2024
Internautas dizem, contudo, que a mídia indiana estaria engrandecendo a realidade. Publicações compartilham que os casos comumente aumentam em época de inverno e que o vírus não é “novo”. Afirmam que não há motivo para desespero.
Plea from an Indian doctor from Tamil Nadu in China, asking people to not get panicked by fake news on Indian media. He says:
– Winter in China usually sees a rise in flu, pneumonia, asthma cases. This, he says, is normal.
– There is no “new virus” (people need to look up HMPV)… pic.twitter.com/7neyzPCN8O— Ananth Krishnan (@ananthkrishnan) January 6, 2025
China se declaró en estado de emergencia debido múltiples virus (Influenza A, HMPV, COVID-19, y más), supuestamente, se desbordan hospitales y crematorios pic.twitter.com/556lZUl291
— Noticias y Memes (@Tropicxs_media) January 4, 2025
Para especialistas, segundo a OMS, o Hmpv não é uma “nova ameaça” e sim uma doença respiratória já conhecida, embora muitas vezes pouco comentada. O vírus seria comum e circula no mundo há mais de 60 anos, porém, só foi identificado pelos cientistas no início dos anos 2000 devido à sua lenta taxa de crescimento e sintomas inespecíficos.
O diretor Kluge falou que obter informações de fontes confiáveis e de especialistas ajudam a combater a desinformação sobre o caso.
TRANSMISSÃO DO VÍRUS
Embora especialistas não vejam uma grande ameaça comparada ao surto da Covid-19, a incidência dos casos de vírus respiratórios no geral aumentam no outono e inverno.
Assim, conhecer as formas de transmissão do HMPV e reforçar os cuidados básicos de higiene são necessários para evitar a contaminação.
A transmissão do vírus se dá através de gotículas, contato próximo ou superfícies contaminadas. Não existe até o momento terapia antiviral específica para tratar o HMPV, nem vacina para prevenir a doença.
A OMS recomenda medidas simples para controlar as infecções pelo vírus. Elas são as mesmas para diversas doenças respiratórias, como a gripe e a covid-19.
Uma das recomendações é ficar em casa quando estiver doente. Além disso, usar máscaras em espaços lotados ou mal ventilados e sempre cobrir a boca ao tossir ou espirrar com um lenço de papel ou com o cotovelo dobrado.
Lavar as mãos e limpar as superfícies regularmente também são outras medidas importantes para impedir a propagação do vírus.
Para o diretor da OMS europeia, a melhor forma de prevenir qualquer risco para a saúde pública em grande escala é investir em sistemas e serviços robustos, incluindo vigilância colaborativa.