O líder socialista participou num jantar comemorativo dos 100 anos do nascimento de Mário Soares naquela vila do distrito de Castelo Branco, onde desfiou críticas ao Executivo de Luís Montenegro.
“Há 28 mil utentes sem médico de família neste distrito. O Governo abriu concurso para contratar médicos mas para Castelo Branco foram zero”, lamentou Pedro Nuno Santos, para quem outro exemplo do “desinteresse” do atual Governo pelo interior foi a suspensão do Plano de Revitalização da Serra da Estrela.
“Os maiores investimentos no interior foram feitos pelo PS, mas a obra ainda não está acabada”, contrapôs o secretário-geral socialista.
Pedro Nuno Santos também não esqueceu a abolição das portagens e realçou que “o PS não fez nenhum favor ao interior”, mas quis mostrar “o profundo respeito por quem cá continua a viver e a trabalhar”.
“O interior não é um fardo, é uma oportunidade para desenvolver o país. O PS é o partido do povo e para continuar a desenvolver o interior. Quando dizem que a democracia está ameaçada pelos extremismos também é porque o povo do interior se sente esquecido, enganado e relegado para segundo plano”, considerou.
Uma situação que não seria possível com Mário Soares, que foi “o presidente de todos os portugueses, do litoral ao interior, de Norte a Sul. Foi quem iniciou as Presidências Abertas e fê-las no interior”, lembrou Pedro Nuno Santos.
O jantar evocativo do centenário do fundador do PS e antigo Presidente da República decorreu na tenda da Feira Raiana, em Idanha-a-Nova, onde cerca de 900 pessoas marcaram presença, segundo disse a organização à agência Lusa.
Antes de Pedro Nuno Santos, falou Vítor Pereira, autarca da Covilhã e presidente da Federação do PS de Castelo Branco, que apelou ao secretário-geral do partido para que não deixe que “a direita nos contamine com as Presidenciais, cujo único propósito é desviar as atenções do que realmente interessa”.
Já Armindo Jacinto, autarca local que não se pode recandidatar por ter atingido o limite de mandatos, fez um balanço destes últimos 12 anos em Idanha-a-Nova e desafiou o líder do PS a organizar na vila raiana o próximo congresso nacional do partido.
João Soares, em representação da família do histórico dirigente socialista, lembrou que o pai foi “um homem excecional quando fundou o PS ainda em ditadura” e acrescentou que “nunca houve ninguém em Portugal que lutasse tanto pela liberdade como os socialistas”.
E nesta altura, na sua opinião, “Portugal, a Europa e o mundo estão a precisar de quem lute novamente pela liberdade e pela paz”.
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