Novo primeiro-ministro diz que Síria terá liberdade religiosa


Mohamed al-Bashir assume o posto de premiê durante a transição de poder no país até 1º de março de 2025

Mohamed al-Bashir, novo primeiro-ministro da Síria, decidiu na última 4ª feira (11.dez.2024) que o grupo rebelde que derrubou o regime de Bashar al-Assad vai garantir os direitos de todas as religiões no país. O novo chanceler, que assume o comando da transição até 1º de março, pediu que sírios que fugiram por causa da guerra retornem ao país.

Bashir tem adotado uma postura mais moderada desde que assumiu o poder. Para ele, o verdadeiro significado do islamismo foi deturpado pelo comportamento de grupos extremistas. Apesar de ter maioria mulçumana sunita, a Síria tem comunidades volumosas de cristãos, assim como outras linhas do islamismo.

“O mau comportamento de alguns grupos islamistas levou muitas pessoas, especialmente no Ocidente, a associar os muçulmanos ao terrorismo e o Islã ao extremismo. Isso decorre de ações errôneas e de uma falta de compreensão. Assim, o verdadeiro significado do Islã, que é a ‘religião da justiça’, foi distorcido. Justamente por sermos islâmicos, garantiremos os direitos de todas as pessoas e seitas na Síria”, disse Bashir ao jornal espanhol El Mundo.

O primeiro-ministro disse ainda que uma das prioridades da sua gestão é a de “trazer de volta os milhões de refugiados sírios no exterior. O seu capital humano, a sua experiência, permitirão que o país prospere. O meu apelo é a todos os sírios no estrangeiro: a Síria é agora um país livre que conquistou o seu orgulho e dignidade. Voltam. Devemos reconstruir, renascer e precisamos da ajuda de todos”, disse o chanceler.

Mohamed al-Bashir explicou também que a Síria se dirigiu à comunidade internacional para explicar o objetivo da revolução liderada pelos rebeldes. “Desde o início das operações militares, nos dirigimos a países como o Iraque, a República Popular da China e muitos outros para explicar que nossa revolução tinha como objetivo libertar os sírios de Bashar al-Assad. E fomos compreendidos. Por isso, não temos nenhum problema com que qualquer pessoa, Estado, partido ou seita se distancie do regime sanguinário de Assad”, comentou o primeiro-ministro.





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