O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e a ex-secretária de Comunicação Adriana Branco foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por corrupção passiva.
A acusação envolve a contratação de uma empresa que já prestava serviços à prefeitura para realizar uma pesquisa eleitoral em 2021, quando Kalil planejava disputar o cargo de governador.
A denúncia foi apresentada ontem (2) pela 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e é assinada pelo promotor Leonardo Duque Barbabella. Além de pedir a condenação dos denunciados, o MPMG solicita o pagamento de R$ 1,5 milhão em indenização por danos morais.
Segundo a denúncia, o então secretário de Governo, Adalclever Lopes, teria encomendado a pesquisa, ordenando que os custos fossem arcados pela empresa Perfil 252, que já mantinha contrato com a prefeitura.
Em depoimento, o proprietário da empresa, Carlos Eduardo Porto Moreno, conhecido como “Cacá Moreno”, confirmou a reunião onde a solicitação foi feita. Ele também afirmou que o ex-chefe de gabinete de Kalil, Alberto Lage, participou do encontro.
“Embora Cacá Moreno, no primeiro momento, tenha se negado a custear a pesquisa em razão do contrato existente entre sua empresa e o Município de Belo Horizonte, ao final concordou com a solicitação indevida”, destaca a denúncia.
Para ocultar o esquema, foi decidido que outra empresa atuaria como intermediária, recebendo R$ 60 mil pagos pela Perfil 252 para executar a pesquisa.
Adalclever Lopes, Cacá Moreno e Alberto Lage, embora envolvidos nas negociações, não foram denunciados. Os três assinaram acordos com o MPMG e se comprometeram a cumprir medidas alternativas.
Procurados, Alexandre Kalil e Adriana Branco não responderam.