O Brasil está de volta ao circuito internacional da MotoGP. Nesta quinta-feira (12), a Dorna Sports, que faz a gestão dos direitos comerciais da categoria, anunciou o retorno do país ao calendário a partir de 2026, com uma prova no Autódromo Ayrton Senna, em Goiânia.
O contrato celebrado com o governo de Goiás é de cinco anos. A expectativa é que a etapa seja disputada no mês de março. Para receber o Mundial, o autódromo passará por algumas reformas, com melhorias em setores como arquibancadas, boxes, acessos gerais, torres de comando, postos médicos, camarotes, além da pista. O custo estimado é de R$ 100 milhões.
De acordo com o governo goiano, o investimento promovido por Goiás para receber a corrida retornará ao estado por meio de impostos gerados com a promoção do evento, estimados em cerca de R$ 170 milhões por edição.
Além do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), o encontro para a assinatura do contrato contou com a presença do CEO da Dorna, Carmelo Ezpeleta, e o CEO da Brasil Motorsport, Alan Adler, empresa promotora do evento e também do GP de São Paulo da F1.
“A gente sabe a importância que esse evento tem para o estado em termos econômicos, de renda, de emprego e, acima de tudo, projetando a imagem de Goiás para o mundo inteiro”, disse Adler.
“Corremos aqui [em Goiás] por três anos e todas as provas foram vencidas por lendas. E eu acredito que a corrida aqui será incrível para todos os fãs e os pilotos”, acrescentou Ezpeleta.
A MotoGP esteve no Brasil pela última vez em 2004, quando correu no extinto Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Antes de Goiânia, Brasília também tentou trazer a categoria de volta ao país em 2015, mas as negociações não avançaram.
A capital de Goiás, por sua vez, já tem um histórico com o campeonato de motos, pois recebeu corridas em 1987, 1988 e 1989;
“Vai ser o evento mais organizado que vocês vão assistir, porque faremos algo que ficará na memória da MotoGP”, disse o Caiado. “Dentro daquela imagem que vimos da corrida aqui em Goiás em 1987, comparando com as motos de hoje, a única diferença que eu quero ver é que ao invés de termos um espanhol campeão tenhamos um brasileiro”, comentou.
O evento para o anúncio da corrida, porém, ocorreu em meio a um momento de turbulência política para Ronaldo Caiado, condenado nesta quarta-feira (11) por abuso de poder político, com a consequente inelegibilidade de ambos por oito anos. A condenação, contudo, não afeta o seu mandato vigente.
Cabe recurso à decisão, tanto ao colegiado do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Goiás como depois ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Caiado, que é pré-candidato à Presidência da República em 2026, promoveu no Palácio das Esmeraldas, sede do Executivo de Goiás, dois jantares com o objetivo de angariar apoio ao prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), também condenado pela juíza eleitoral Maria Umbelina Zorzetti.
Os encontros com vereadores eleitos, não eleitos e outros líderes políticos da cidade ocorreram logo após o resultado do primeiro turno, que levou para a segunda etapa Mabel e o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL), nome apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).