A crise envolvendo os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente, deve ser um dos principais assuntos da reunião ministerial do conselho político do governo, que será realizada na manhã desta sexta (24), no Palácio do Planalto. A queda de braço no Congresso afeta diretamente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode ter seus projetos paralisados ou até mesmo derrubados nas discussões legislativas.
Na quinta (23), Lira reagiu à possibilidade do Congresso retomar a tramitação de medidas provisórias em comissões mistas e não mais começando pela Câmara dos Deputados, como ocorre desde o começo da pandemia da Covid-19. Pouco antes do presidente do Senado oficializar a volta do rito, disse que o governo, se apoiar essa mudança, pode ter projetos derrubados em plenário – afetando a governabilidade e exigindo maior articulação do próprio governo junto aos parlamentares.
A reunião ministerial desta sexta (24), que terá
a presença do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, também pode discutir a
articulação política para o encaminhamento do projeto do novo arcabouço fiscal,
que será fechado pelo governo após a volta da viagem à China e precisa ser
encaminhado ao Congresso até 15 de abril, junto da proposta da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024.
Espera-se, ainda, que os ministros discutam a recente fala de Lula sobre a operação da Polícia Federal que desbaratou um esquema criminoso para sequestrar o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), entre outras pessoas, e que o presidente afirmou que pode ter sido uma “armação” do parlamentar. Os ministros Flávio Dino, da Justiça, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, estão confirmados para a reunião – a PF é subordinada a Dino.
Também estão confirmados para a reunião, às 10h30, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Rui Costa, da Casa Civil; Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social; Jorge Messias, Advogado-Geral da União; Vinícius Carvalho, da Controladoria-Geral da União (CGU); e os líderes do governo no Congresso Nacional, Senador Randolfe Rodrigues; no Senado, Jaques Wagner, e na Câmara dos Deputados, Deputado José Guimarães.