Ministro israelense reivindica pela 1ª vez responsabilidade por morte de líder do Hamas


O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, admitiu nesta segunda-feira (23) pela primeira vez que o país foi responsável pelo assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no Irã em julho, intensificando as tensões entre Teerã.

“Nesses dias, quando a organização terrorista Houthi está disparando mísseis contra Israel, quero transmitir uma mensagem clara a eles no início das minhas declarações: derrotamos o Hamas, derrotamos o Hezbollah, cegamos os sistemas de defesa do Irã e danificamos os seus sistemas de produção, derrubamos o regime de Assad na Síria, desferimos um golpe severo no eixo do mal e também desferiremos um golpe severo na organização terrorista Houthi no Iêmen, que permanece como a última de pé”, disse Katz.

Israel vai “danificar sua infraestrutura estratégica e vamos decapitar seus líderes – assim como fizemos com Haniyeh, Sinwar e Nasrallah em Teerã, Gaza e Líbano – faremos o mesmo em Hodeidah e Sana’a”, disse Katz durante uma cerimônia em homenagem ao pessoal do Ministério da Defesa.

O grupo apoiado pelo Irã no Iêmen tem atacado navios comerciais no Mar Vermelho há mais de um ano para tentar impor um bloqueio naval a Israel, em solidariedade aos palestinos na guerra que já dura um ano de Israel em Gaza.

No final de julho, o líder político do Hamas foi morto em Teerã em um assassinato atribuído a Israel pelas autoridades iranianas. Na ocasião, não houve reivindicação direta de responsabilidade por parte de Israel pela morte de Haniyeh.

Tendo o Catar como sua base mais frequente recentemente, Haniyeh era o rosto da diplomacia internacional do Hamas enquanto a guerra desencadeada pelo ataque liderado pelo grupo contra Israel em 7 de outubro se intensificava em Gaza. Ele participava de negociações indiretas mediadas internacionalmente para alcançar um cessar-fogo no enclave palestino.

Entenda os conflitos envolvendo Israel

No final de novembro, foi aprovado um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Isso acontece após meses de bombardeios do Exército israelense no Líbano.

A ofensiva causou destruição e obrigou mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. Além disso, deixou dezenas de mortos no território libanês.

Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.

A expectativa é que o acordo sirva de base para uma cessação das hostilidades mais duradoura.

Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.

Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva de Israel, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.

Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.

Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.



source