A faixa com que milhares de estudantes marcharam em direção à sede da RTS dizia “Saber tudo é o vosso direito” e foi acompanhada por um grande número de habitantes da capital sérvia.
O desabamento de uma cobertura de betão na estação ferroviária de Novi Sad poucos meses depois de obras de renovação e que causou a morte de 15 pessoas, lançou um movimento de protesto generalizado na Sérvia.
Os estudantes tomaram a dianteira em manifestações regulares exigindo justiça para as vítimas e, desde o final de novembro, têm bloqueado a maior parte das faculdades do país, onde as aulas foram canceladas.
“A RTS é um serviço público financiado pelos impostos que deve fornecer informações objetivas e imparciais no interesse dos seus cidadãos. É óbvio que a RTS não está a fazer isso”, disse à AFP Aleksa Dragovic, estudante de agricultura.
Depois de fazerem quinze minutos de silêncio pelas quinze vítimas da tragédia de Novi Sad, com as luzes dos telemóveis acesas, os manifestantes fizeram barulho assobiando durante o noticiário da noite, que começou com as manifestações.
Esta nova manifestação surge um dia depois de um incidente em que um estudante foi atropelado por um carro quando, em protesto, os estudantes bloqueavam um cruzamento em Belgrado.
O condutor foi detido por suspeita de “tentativa de homicídio” e a jovem estudante continua hospitalizada com ferimentos.
Na sexta-feira, o tenista sérvio Novak Djokovic escreveu o nome da estudante, Sonja, na lente de uma câmara de televisão, depois de ter ganho o seu jogo contra o checo Tomas Machac, em Melbourne, no Open da Austrália.
“Fiquei chocado quando vi as imagens e não acredito que isto esteja a acontecer hoje (…) Apelo à paz e à compreensão. Sou totalmente contra a violência, mas infelizmente parece-me que há cada vez mais violência nas ruas”, declarou Djokovic, cujo gesto provocou grande emoção em todo o país.
O Ministério Público da Sérvia acusou treze pessoas, incluindo o antigo ministro dos Transportes Goran Vesic, no caso da estação de Novi Sad.
O Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, e o Governo afirmam que os partidos da oposição estão por detrás dos protestos estudantis – o que negam – acusando-os de quererem “destabilizar o país” e “tomar o poder sem realizar eleições”.
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