Mais uma vez, a maior manifestação decorreu em Telavive, onde a polícia deteve seis manifestantes na emblemática Rua Begin, depois de estes se terem recusado a desobstruir a estrada, noticia o ‘The Times of Israel’.
A polícia usou cavalos para enfrentar os manifestantes, que gritavam palavras de ordem contra a intervenção das autoridades, tendo sido ateada uma fogueira improvisada.
“Parem esta maldita guerra”, instou Omri Lifshitz, filho da refém libertada Yocheved Lofshitz, numa mensagem dirigida ao Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Também o sobrinho de um dos reféns mortos, Shahar Mor, se dirigiu a Trump: “parem a campanha de vingança em Gaza. Precisamos dos nossos reféns de volta. Estamos a morrer sem eles”.
“A administração anterior falhou miseravelmente. Pode fazer melhor”, acrescentou.
Entretanto, em Jerusalém, vários manifestantes ficaram em roupa interior na King George Street e exibiram inscrições em hebraico e árabe denunciando as consequências do frio na Faixa de Gaza com frases como “Em Gaza estão a morrer de frio”.
A maior parte da manifestação marchou até à Praça Paris, junto à residência oficial do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Hoje o ministro israelita da Defesa, Israel Katz, confirmou o reinício das negociações indiretas com o Hamas no Qatar para libertar os reféns detidos desde o ataque dos islamitas palestinianos do Hamas a Israel em outubro de 2023.
O ministro informou os familiares da refém Liri Albag, que protagoniza um vídeo divulgado hoje pelo Hamas, “dos esforços em curso para libertar os reféns, incluindo a delegação israelita que partiu ontem (sexta-feira) para conversações no Qatar”.
O gabinete do líder do executivo israelita fez saber, por seu lado, que em conversa telefónica, Netanyahu assegurou aos pais de Albag que se continua a “trabalhar arduamente para trazer os reféns para casa”.
Desde o início da guerra, Israel e o Hamas só conseguiram chegar a um acordo de tréguas durante uma semana, no final de novembro de 2023, que permitiu libertar 105 reféns – 81 israelitas e 24 estrangeiros (23 tailandeses e um filipino) – em troca de 240 prisioneiros palestinianos.
Dos 251 raptados a 07 de outubro de 2023, 96 permanecem no enclave, dos quais pelo menos 34 estão confirmados como mortos.
Na sexta-feira, a delegação israelita retomou as conversações em Doha com os mediadores do conflito – Egito, Estados Unidos e Qatar – depois de terem sido novamente bloqueadas nas últimas semanas.
O Hamas também enviou a sua delegação à capital do Qatar e afirmou, em comunicado, que espera que o acordo “chegue o mais rapidamente possível” para “proteger o povo palestiniano do genocídio”.
O grupo palestiniano insistiu que irá colocar em cima da mesa as suas duas principais exigências: a retirada das tropas da Faixa de Gaza e o regresso das pessoas deslocadas às suas casas.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação em grande escala no enclave palestiniano, que já matou mais de 45 mil pessoas segundo as autoridades locais, e deixou o território destruído, a quase totalidade da população deslocada e mergulhada numa grave crise humanitária.
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