O governo de Javier Milei na Argentina anunciou a suspensão da aposentadoria vitalícia da ex-presidente Cristina Kirchner após a confirmação de uma condenação por fraude contra ela. Em resposta, Kirchner criticou Milei, chamando-o de “ditadorzinho”. Segundo o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, a decisão inclui tanto a aposentadoria pessoal de Kirchner quanto a pensão derivada do ex-presidente Néstor Kirchner, que governou de 2003 a 2007. Adorni afirmou que a medida representará uma economia mensal de cerca de 21 milhões de pesos (aproximadamente R$ 121 mil, na cotação oficial) para o país.
Em comunicado oficial, o governo argumentou que o benefício de Kirchner constituía uma “graça concedida em reconhecimento ao mérito e à honra”, mas que a condenação por “administração fraudulenta” tornou-a “indigna” de recebê-lo. Na quarta-feira, a Câmara Federal de Cassação Penal confirmou uma sentença de seis anos de prisão e inabilitação política para Kirchner, por fraude administrativa. A ex-presidente, que também foi vice-presidente entre 2019 e 2023, ainda pode recorrer da decisão à Suprema Corte. Mesmo que a sentença se torne definitiva, Kirchner, de 71 anos, não deverá cumprir pena em prisão devido à idade.
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Em uma publicação na rede social X, Kirchner respondeu com críticas ao presidente Milei, afirmando que ele estaria “dando ordens ilegais aos funcionários”. A ex-presidente, que também preside o Partido Justicialista, principal força de oposição, argumentou que as pensões dos ex-presidentes não dependem do desempenho no cargo, mas do fato de terem sido eleitos pelo voto popular. Comparando sua situação à da viúva do ex-presidente Fernando De la Rúa, Kirchner destacou que a viúva também recebe a mesma pensão, embora De la Rúa tenha deixado o governo em meio à crise de 2001 e renunciado.
*Com informações da AFP
Publicado por Felipe Cerqueira