Mercado vai entender o corte de gastos e dólar cairá, diz ministro


O ministro Rui Costa, da Casa Civil, afirmou nesta quinta (28) que o dólar deverá recuar quando o mercado financeiro entender as medidas do pacote de ajuste fiscal proposto e que o governo tem o compromisso com o cumprimento do arcabouço fiscal.

A declaração foi feita após a reação negativa do mercado ao ajuste anunciado pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que inclui cortes, contenção de despesas e mudanças na tributação do Imposto de Renda. O pacote, no entanto, foi visto com desconfiança e fez o dólar chegar a R$ 6 nas negociações do dia, fechando em um novo recorde de R$ 5,99.

“O dólar vai cair. Acho que aí é dialogar com o mercado. A equipe econômica vai conversar e não tenho dúvida de que quando ficar esclarecido o conjunto das medidas nos detalhes [o dólar vai cair], porque o que se cobrava foi plenamente, 100% atendido”, disse Rui Costa.

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O ministro reforçou um discurso frequente no governo de que “quem apostar contra o Brasil vai perder e nós não vamos brincar de fazer política econômica, não vamos brincar de governar, nosso compromisso é fazer esse país crescer de forma sustentável e duradoura, de longo prazo, com compromisso com indicadores econômicos a lutar”.

Costa destacou que o pacote atende integralmente às cobranças por equilíbrio entre receitas e despesas, além de projeções de médio e longo prazo alinhadas às regras fiscais. Segundo ele, o governo está “cortando na carne” para garantir o cumprimento do arcabouço, por meio de bloqueios e contingenciamentos ao longo do ano.

Entre as medidas, estão a redução do ritmo de crescimento do salário mínimo, que impacta despesas indexadas, e um pente-fino nos programas de benefícios sociais.

“Nós estamos montando um esforço gigantesco, junto com a perícia do INSS e da Previdência, para que, no início do primeiro semestre, nós façamos um mutirão para fazer a perícia em todas essas pessoas”, afirmou.

Ele ressaltou que a iniciativa visa melhorar os gastos públicos entre receitas e despesas, sem comprometer os investimentos e a responsabilidade fiscal.

O pacote também prevê mudanças no Imposto de Renda, com isenção para rendimentos de R$ 5 mil a R$ 6.980 mensais e tributação mínima de 10% para quem ganha acima de R$ 50 mil. Rui Costa enfatizou que essas medidas demonstram a seriedade do governo em garantir um crescimento sustentável e de longo prazo para o país.

“Não há dúvida do compromisso do presidente e do nosso compromisso. E essas mudanças que serão implementadas, por exemplo, a diminuição do ritmo do crescimento do salário mínimo, que impacta em todas as outras políticas onde o salário mínimo está indexado, eles rebaixam a velocidade de crescimento [das despesas]”, completou.



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