Os analistas do mercado financeiro voltaram a reforçar a preocupação com a alta da inflação no primeiro Relatório Focus do ano, publicado nesta segunda (6). O boletim do Banco Central que compila as estimativas de agentes e instituições aponta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá chegar a 4,99% neste ano, quase meio ponto percentual acima do teto da meta de 4,5%.
Desde o final do ano passado a expectativa para a inflação vem em uma tendência de alta com algumas variações para baixo, como a esperada para o fechamento de 2024 segundo a nova projeção: 4,89%, ou 0,01 ponto percentual a menos na comparação com a semana passada (veja na íntegra).
Além do aumento da inflação deste ano, os analistas também preveem um reflexo no ano que vem (4,03%) e em 2027, quando começará a convergir para o centro da meta de 3% e ficar em torno de 3,9%:
- 2024: de 4,9% para 4,89%;
- 2025: de 4,96% para 4,99%;
- 2026: de 4,01% para 4,03%;
- 2027: de 3,83% para 3,9%.
“Na medida em que o Banco Central se antecipou e acabou imprimindo um ritmo mais forte, mais contracionista, isso deve fazer com que a inflação comece a convergir pra meta, embora ainda estejamos com um quadro mais crítico de inflação”, disse Isaac Sidney, presidente da Febraban, na semana passada.
Para o mercado financeiro, a Selic voltará a ser reduzida apenas em 2026:
- 2025: 15%;
- 2026: 12%;
- 2027: 10%.
Os analistas também estimam que o câmbio do dólar deve permanecer acima de R$ 6 neste ano e começar a reduzir no ano que vem a R$ 5,90 e a R$ 5,80 em 2027.
Já o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer menos neste ano, de 2,02% contra 3,49% de 2024. Para os próximos dois anos, a expectativa é de 1,8% e de 2%, respectivamente.