Boletim Focus eleva novamente as estimativas para a inflação ao fim de 2024; PIB deve crescer 3,5%, segundo os analistas
O mercado voltou a aumentar as estimativas para a taxa básica de juros (Selic) ao fim de 2025. Analistas esperam que o indicador termine em 14,75% ao ano. A projeção de uma semana antes era 14%.
Os números estão no Boletim Focus, divulgado toda semana pelo Banco Central com base nos cálculos de agentes financeiros. Eis a íntegra (PDF – 740 kB).
A Selic serve para guiar as alíquotas de empréstimos e financiamentos no país. Atualmente, está em 12,25% ao ano. É definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária), que já se comprometeu com um novo ciclo de altas com o objetivo de controlar a inflação.
O mercado também voltou a piorar as projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em 4 semanas, o cálculo para 2024 subiu de 4,63% para 4,91%.
Os números esperados para a inflação em 2025 também não são otimistas. Os analistas esperam que o índice termine a 4,84% no próximo ano.
Leia as projeções:
O Brasil passará 2 anos seguidos sem atingir a meta de inflação, caso as estimativas do Focus se confirmem. O objetivo determina que o indicador tem que atingir 3%, mas há uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, poderia chegar ao teto de 4,5%.
Essas perspectivas que levam o Banco Central a elevar a Selic. O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção, impedindo que os preços cresçam mais do que deveriam. A função primordial da autoridade monetária é colocar a inflação na meta.
MERCADO ESPERA PIB + ALTO
O mercado voltou a revisar a projeção do PIB (Produto Interno Bruto) para cima. Esperava-se um crescimento de 3,17% há 4 semanas. A mediana agora indica uma alta de 3,49%.
A economia aquecida acima do esperado é uma das preocupações do Banco Central em relação à inflação. Os números mostram uma dinâmica que pode impactar os preços por causa de um aumento na demanda.
Em um resumo simplificado: quanto maior a busca por um determinado produto, mais valor é agregado. Esse efeito tem sido observado especialmente no setor de serviços.
Para o dólar, a expectativa do Focus é que a moeda norte-americana termine o ano cotada a R$ 6,00. Será o maior patamar de fechamento ao fim de um ano, caso se confirme.
A alta no câmbio também tem impacto na inflação. Se o preço da moenda aumenta, o custo das importações fica mais caro –afetando os índices.