Marinho sinaliza que corte mexerá com supersalários e fortunas


Ministro do Trabalho e Emprego afirma que detalhamento deve vir na 5ª feira (27.nov); pronunciamento de Haddad deve trazer algumas das medidas

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, sinalizou nesta 4ª feira (27.nov.2024) que o pacote de revisão de gastos do governo deve trazer alterações nos supersalários. Além disso, segundo ele, o anúncio formal também pode trazer mudanças na isenção do Imposto de Renda e na taxação das grandes fortunas.

“Supersalários, impostos por super-ricos, vem tudo aí. É um pacote completo”, declarou a jornalistas depois de perguntado pelo Poder360.

Assista (1min7s):

Marinho afirmou que o governo deve detalhar as medidas para a imprensa ainda na 5ª feira (28.nov). O pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também deve antecipar algumas novidades.

“Amanhã deve ter uma coletiva anunciando os resultados, os detalhes, enfim”, disse. Havia dúvida sobre quando haveria uma oficialização formal. O assunto está entre os debates principais da equipe econômica há mais de 1 mês.

Marinho também adiantou que não haverá mudanças no seguro-desemprego junto ao pacote. A ideia foi ventilada, mas não foi para a frente. 

“Não há mudança de regra para o seguro-desemprego, por exemplo. Mas vamos aguardar os detalhes, se não eu vou furar o olho do colega [Haddad]. [O pacote] será muito diferente do que foi desenhado até então, declarou.

Ele evitou ao máximo usar a palavra “corte” ao falar sobre as medidas de revisão. Algumas das despesas na mira do governo (entenda mais abaixo) têm um forte apelo social. Mudanças podem afetar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A REVISÃO DAS DESPESAS

O governo federal espera mexer com uma série de despesas no pacote que visa a reduzir os gastos públicos. Os planos incluem mudanças nas regras do salário mínimo, no abono salarial e na pensão dos militares.

A equipe econômica sinalizou para o Congresso que a economia com as iniciativas deve ser de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026.

Leia no quadro abaixo um resumo do que está na mesa do governo Lula:

O governo engajou em um discurso sobre os cortes de gastos para equilibrar as contas públicas, mas ainda não houve anúncio oficial. É a 5ª semana que o tema toma conta da equipe econômica.

A equipe econômica se comprometeu a acabar com o rombo do resultado primário em 2024. O objetivo é que os gastos sejam iguais às receitas –espera-se um deficit zero. Na prática, é necessário aumentar a arrecadação e diminuir despesas. Entretanto, pouco foi feito pelo lado da 2ª opção. Por isso, a cobrança do mercado financeiro pelo anúncio das medidas.

O Poder360 já mostrou que as despesas públicas cresceram mais que as receitas líquidas de janeiro a setembro. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou nesta 4ª feira (27.nov.2024) que, no 1º ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo central aumentou em 111,2% a necessidade de financiamento em função do aumento dos gastos.

Leia aqui a evolução dos gastos que preocupam a equipe econômica.


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