Macron nomeia François Bayrou como novo primeiro-ministro francês


O anúncio se dá depois da deposição de Michel Barnier pelo Parlamento em 4 de dezembro

O presidente da França, Emmanuel Macron (Renascimento, centro), nomeou nesta 6ª feira (13.dez.2o24) François Bayrou (Movimento Democrático, centro) como novo primeiro-ministro.

Em comunicado, o governo francês disse: “O Presidente da República nomeou o Sr. François Bayrou primeiro-ministro e encarregou-o de formar um Governo”. Eis a íntegra da nota (PDF – 72 kB, em francês).

A nomeação veio de um partido centrista, o que se opõe à exigência da coalizão de NFP (Nova Frente Popular), que formou maioria parlamentar em julho, de um premiê de esquerda.

A indicação de Michel Barnier (Os Republicanos, direita) já havia criado um impasse entre o governo e o Parlamento, o que tende a piorar com a chegada de Bayrou.

QUEM É FRANÇOIS BAYROU

François Bayrou, de 73 anos, nasceu em Bordères, nos Pirenéus Atlânticos, e vem de uma família de pequenos agricultores.

Iniciou sua carreira política como conselheiro-geral e deputado, sendo ministro da Educação de 1993 a 1997. Em 2007 fundou o MoDem (Movimento Democrático), como uma alternativa entre a esquerda e a direita.

Em 2007 e 2012 candidatou-se à Presidência, apoiando François Hollande em 2012. Foi eleito prefeito de Pau, no sudoeste da França, em 2014 e reeleito em 2020.

Em 2017, aliou-se ao presidente Emmanuel Macron.  Na época, promoveu reformas para aumentar a transparência política. Em 2020, foi nomeado alto comissário de Planejamento, com foco no futuro a longo prazo da França, autointitulando-se um “homem do campo”.

O anúncio desta 6ª feira (13.dez) vem em uma situação de crise política na França. A recente deposição de Michel Barnier produziu instabilidade no Parlamento e na aprovação de projetos na França essenciais para o início de 2025.

CRISE NA SAÍDA DE BARNIER

O ex-primeiro-ministro Michel Barnier renunciou depois de o Parlamento aprovar uma moção de censura que depôs o premiê, que ficou apenas 3 meses no cargo.

A saída do primeiro-ministro, apoiada por 331 dos 577 parlamentares, foi votada depois de Barnier acionar um artigo da constituição para forçar a aprovação do orçamento para 2025.

A principal divergência quanto a proposta foi a seguridade social, que sugeria atrasar o aumento de pensões e aumentar a carga tributária sobre serviços básicos como gás e eletricidade.

Com a deposição de Barnier, o governo deixou de aprovar projetos de orçamento para repasse de verbas em 2025. Na 2ª feira (16.dez), o Parlamento votará uma “lei especial” para continuar a cobrança de impostos e os gastos com serviços públicos, o que assegura o funcionamento desses setores no próximo ano.





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