O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou para Brasília nesta quinta-feira (19) em um cenário de tensão com o dólar em alta e tramitação entravada do pacote de contenção de gastos no Congresso, durante a última semana de atividades antes do recesso parlamentar.
É neste contexto, ao qual o mercado financeiro respondeu com uma alta do dólar (que chegou a R$ 6,301), que o presidente retorna à capital, após se recuperar da cirurgia emergencial que fez na cabeça.
O pacote, comandado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) começou a ser votado pela Câmara dos Deputados na terça-feira (17). Na sessão de quarta, parlamentares da oposição fizeram notas de dólar falsas com o rosto de Lula estampado, em alusão à subida da moeda.
Lula estava internado desde o dia 10 de dezembro em São Paulo, a pedido dos médicos, por consequência de uma hemorragia interna decorrente de sua queda no banheiro em outubro. O presidente teve alta no último domingo (15).
Sua chegada à capital foi de helicóptero direto ao Palácio da Alvorada, depois de ter feito exames no Hospital Sírio Libanês.
Na noite de quarta, a Câmara adiou a votação de parte do pacote, deixando para votar nesta quinta a PEC que trata dos Supersalários — aprovada nesta tarde — e o projeto de lei que limita o ganho real do salário mínimo e altera as regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada).
A Casa decidiu pelo adiamento para evitar o risco de derrota, visto que não havia quórum mínimo necessário para votar mudanças na Constituição.
Isso porque fatores como a demora no início das votações, a inclusão de propostas alheias ao tema na pauta e o retorno de muitos parlamentares a seus estados entravaram o processo, segundo líderes ouvidos pela Folha. Para eles, o cenário tornou difícil garantir a aprovação das medidas de contenção de gastos ainda em 2024.
Enquanto a terça-feira foi de aprovações à parte do pacote, a quarta foi de desidratações às medidas propostas pelo governo Lula, como a permissão do bloqueio de apenas parte das emendas parlamentares para cumprir os limites do arcabouço fiscal.
Colaborou Mariana Brasil, Victoria Azevedo e Idiana Tomazelli, de Brasília
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