Indicado por Lula, o novo presidente do BC assume oficialmente em 1º de janeiro e terá à frente 2 aumentos da taxa de juros
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, nesta 2ª feira (30.dez.2024) para nomear o 2º como chefe da autoridade monetária. O decreto de nomeação é a última fase formal antes da posse oficial de Galípolo, que será em 1º de janeiro de 2025.
A cerimônia simbólica com Haddad e Lula começou às 15h na residência oficial da Presidência da República, mas o presidente já esteve no mesmo local com seu indicado para comandar o BC na manhã desta 2ª feira. A ideia é que na parte da tarde seja feita uma foto oficial dos governistas e do futuro banqueiro central.
Depois do ato, será assinado o decreto que reajusta valor do salário mínimo para 2025. Será de R$ 1.518 em 2025. A equipe econômica limitou o crescimento da remuneração em até 2,5% acima da inflação. Na prática, haverá um aumento de R$ 106 ante 2024 –o piso nacional está em R$ 1.412.
Galípolo assumirá sob pressão
Gabriel Galípolo iniciará pressionado no comando da autoridade monetária em 2025. Indicado por Lula, terá à frente, pelo menos, mais 2 aumentos da taxa básica de juros, a Selic. Não ficará imune a críticas do PT (Partido dos Trabalhadores).
O Copom (Comitê de Política Monetária) sinalizou que elevará o juro base nas duas próximas reuniões. A Selic terminou 2024 a 12,25% ao ano. O colegiado indicou que vai elevar em 1 ponto percentual em janeiro e mais 1 ponto percentual em março.
Depois da última decisão do Copom, em dezembro, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), fez críticas à autoridade monetária. Defendeu que o Brasil precisa de uma nova política monetária.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, que deixa o cargo em dezembro de 2024, foi o principal alvos das críticas do governo Lula no BC. A presidente do PT disse que ele fez “terrorismo para elevar ainda mais a indecente taxa de juros”.
Apesar disso, os votos dos diretores indicados por Lula tiveram peso maior nas últimas duas reuniões do Copom. A informação foi confirmada por Galípolo, indicado por Lula. O presidente do BC já disse que o Copom não recebe comando por “posts em redes sociais”, e que a transição de cargo com Campos Neto foi feita entre “amigos”.
VOTOS SÃO QUASE IGUAIS
O Poder360 já mostrou que os diretores indicados por Lula só divergiram uma vez de Campos Neto nas reuniões do Copom. Gaípolo participou de 12 delas. Em 11, votou igual o antecessor.
JUROS REAIS
O juro real –que é a taxa nominal descontada a inflação do Brasil– elevado é um dos principais motivos para as críticas dos aliados do presidente Lula.
O Poder360 mostrou que o Brasil deverá ter uma taxa anualizada de 9,48% no cálculo “ex-ante”, quando é projetada o juro dos próximos 12 meses. Essa seria a 2ª maior taxa do mundo, segundo levantamento da MoneYou.