A história de Lourenço, mais conhecido por ‘bebé milagre’, já não é nova, mas nesta semana de Natal o Serviço Nacional de Saúde (SNS) voltou a recordá-la.
Com um vídeo partilhado no YouTube, este serviço recordou – ou deu a conhecer a alguns – a história desta criança, que nasceu a 7 de junho de 2016. Em causa está uma grávida que estava em morte cerebral há 15 semanas e deu “à luz um bebé saudável” no Hospital de São José, em LIsboa.
A ‘mãe do coração’ desta criança, como se define no vídeo, é Elisabete Candeias. “Fomos chamados para ajudar nas reuniões com os médicos. [Sobre] o que fazer. O menino mostrou que estava bem vivo. A equipa médica levou para a frente o processo. Também com a intervenção do Ministério Público e autorização do pai”, refere.
Elisabete Candeias, tia da criança, lembra que Lourenço nasceu às 32 semanas e que “tudo correu bem”. “Fez-se um milagre. O milagre da medicina e do São José”, considerou.
A ‘mãe de coração’ fala ainda da importância do SNS neste processo, considerando que se não fosse este serviço, a situação não teria sido possível. “A equipa era tão unida que fizeram tudo. Lembro-me de um médico me dizer que esta criança, para ser estimulada, [devia] pôr-lhe um iPad da obra de Vinicius De Moraes para estimular uma criança [cuja mãe estava em morte cerebral]”, recordou.
É também referido que a criança é portadora da síndrome que levou “à morte da mãe”, a Von Hippel-Lindau. Esta é uma síndrome de predisposição para cancro familiar associada a uma variedade de tumores malignos e benignos, uma “doença rara”.
Não há tratamento para a VHL, a criança tem sido “acarinhada” em meio hospitalar em várias especialidades. “Tudo aquilo que possamos imaginar. Feitas ecografias, ressonâncias, análises anuais…. É uma criança perfeita e normal , neste momento”.
O caso chegou à imprensa internacional, que publicou mesmo as primeiras fotografias desta criança.
Leia Também: “Milagre de Natal”. Homem soterrado em avalanche é resgatado pelo irmão