Lira adia votação da reforma tributaria para 3ª feira


Presidente da Câmara quer analisar texto com o plenário mais cheio; Reginaldo Lopes propõe recolocar bebidas açucaradas no “imposto do pecado”

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), adiou para 3ª feira (17.dez.2024) a votação do principal texto da regulamentação da reforma tributária, que trata da unificação dos impostos para a criação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que irão compor o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) dual.

A votação foi pautada pelo deputado alagoano na 2ª feira (16.dez), mas ele optou por adiar a apreciação por causa do plenário vazio. A Casa Baixa trabalhou em regime remoto e, por isso, deputados não estavam presencialmente no plenário. Os congressistas podem registrar a presença e votar a distância, por meio de aplicativo. Já na 3ª feira (17.dez), a presença é obrigatória.

REFORMA TRIBUTÁRIA

Antes do adiamento da votação, o relator da reforma na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), apresentou as mudanças propostas em relação ao texto aprovado no Senado.

Dentre as elas estão:

  • bebidas açucaradas: voltam para o rol de produtos do IS (Imposto Seletivo) –ou “imposto do pecado”;
  • saneamento básico: retirada a redução de 60% de IBS e da CBS; foi incluída, no entanto, no cashback, mecanismo que permitirá a devolução parcial do pagamento do serviço às famílias de baixa renda;
  • água mineral: retirada a redução de 60% das alíquotas de IBS e da CBS;
  • biscoitos: retirada a redução de 60% das alíquotas do IBS e da CBS;
  • medicamentos: volta a lista de medicamentos aprovada pelo texto original da Câmara que terá isenção do IBS e da CBS; não caberá mais ao Congresso aprovar uma lei complementar com a lista de medicamentos que terão isenção;
  • serviços médicos veterinários: redução de 30% da alíquota, e não 60%.

RELEMBRE

O Congresso aprovou em 2023 a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 45 de 2019, que criou a reforma. O que estava em pauta nesta 2ª feira (16.dez) é a regulamentação da reforma, ou seja, as regras específicas.

O principal objetivo da reforma tributária é a simplificação dos impostos no Brasil. Ela estabelece a unificação de tributos federais, estaduais e municipais. 

Atualmente, o Brasil tem 5 tributos que incidem sobre os produtos comprados pela população: 

  • IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); 
  • PIS (Programa de Integração Social); 
  • Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social); 
  • ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços); e 
  • ISS (Imposto Sobre Serviços). 

A reforma tributária pretende simplificá-los no IVA dual para bens e serviços, com uma tributação federal, que unificaria IPI, PIS e Cofins, e outra estadual/municipal, que unificaria o ICMS e o ISS.

Além do PLP 68 de 2024, tramita no Senado o projeto de lei complementar 108 de 2024, que estabelece as regras do Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que será responsável por arrecadar o imposto e distribuir o produto da arrecadação aos Estados e municípios. O projeto foi aprovado pela Câmara em agosto e aguarda votação dos senadores.





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